A reportagem do BeInCrypto Brasil perguntou aos principais candidatos para assumir a direção da maior metrópole brasileira quais seriam seus planos para impulsionar a adoção de tecnologias como blockchain, inteligência artificial (IA) na cidade de São Paulo.
Entretanto, nenhum dos candidatos soube ou quis se posicionar a respeito, deixando em dúvida se existe realmente alguma proposta relevante para a cidade, além de cadeiradas e insultos. As eleições municipais de São Paulo estão marcadas para 06 de outubro. Caso haja segundo turno, a data marcada é 27 de outubro.
População da cidade de São Paulo é maior do que país europeu
Com quase 12 milhões de habitantes, a sociedade precisa escolher bem o representante para comandar um dos cargos mais importantes do país. Para se ter uma ideia do tamanho da cidade de São Paulo, a população é maior do que Portugal. O país europeu tem pouco mais de 10 milhões de habitantes.
Portanto, a responsabilidade é colossal. Como a capital paulista já tem iniciativas que usam IA e blockchain, encaminhamos as seguintes perguntas aos candidatos:
- Gostaríamos de saber o que o candidato pensa sobre blockchain e a indústria cripto?
- Usaria a blockchain para garantir mais transparência e agilidade?
- Criaria um sistema integrado para outros setores como o SUS digital que por exemplo já usa blockchain. ? A solução é do governo federal, assim como a do Detran, que já usa blockchain em algumas cidades do país, assim como o sistema nacional da carteira de identidade.
- O que pensa sobre criptomoedas?
Atual prefeito, Ricardo Nunes não respondeu à reportagem
Além das questões acima, perguntamos a Ricardo Nunes (MDB) sobre todas as iniciativas da capital paulista que adotam as tecnologias. A equipe do atual prefeito não respondeu e apagou as questões enviadas no WhatsApp da assessoria de imprensa da atual campanha de Nunes.
Em janeiro de 2023, o prefeito aprovou a Lei nº 17901, que prevê o uso de blockchain na administração pública. No entanto, não há transparência sobre projetos relacionados. A reportagem sequer recebeu as respostas.
Esta semana, o atual prefeito esteve em um programa de rádio da Jovem Pan, onde falou da Smart Sampa. Um programa de segurança que integra equipamentos com a Polícia Militar. O objetivo é aumentar principalmente a segurança. A iniciativa, que usa IA e câmeras inteligentes com identificação facial, custa R$ 9 milhões por mês aos cofres da cidade.
Smart Sampa usa IA
O Smart Sampa com 15 mil câmaras instaladas, ajuda, por exemplo, a identificar foragidos da justiça em terminais de transportes pela cidade e gerar alerta para combater ações de facções criminosas. Até o final do ano, o prefeito promete instalar mais cinco mil câmeras, subindo o número para 20 mil.
Outra iniciativa que usa a blockchain é o 156. O canal da prefeitura conta com mais de 600 serviços para o cidadão paulista, mas a maioria ainda não usa a tecnologia. À época do anúncio, Bruno Lima, atual Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia de São Paulo, falou sobre o tema com a Exame
O objetivo é “garantir a autenticidade e integridade dos dados, evitar fraudes e falsificações”. Portanto, os primeiros serviços que incorporaram a tecnologia foram os de cartões de estacionamento para idosos e pessoas com deficiência, disse Lima.
Apesar de ser a primeira cidade do país a adotar a blockchain, São Paulo pouco avançou até aqui, tendo um potencial infinito para garantir transparência das contas públicas.
Guilherme Boulos não apresentou propostas
A assessoria do candidato, Guilherme Boulos (PSOL) confirmou o recebimento das questões, mas não respondeu nenhuma delas. Em 2021, durante uma participação no Flow Podcast, o candidato disse que “lamentavelmente as criptomoedas não são um debate pouco acessível a 99% da população brasileira.”
O político respondeu à época um ouvinte que o questionou sobre descentralização e criptomoedas.
Pablo Marçal “não coloca 1 real em Bitcoin”
A assessoria do candidato Pablo Marçal (PRTB) ignorou as questões enviadas pelo BeInCrypto.
Entretanto, recentemente Marçal declarou que “ não coloca R$ 1 em Bitcoin” e que “99% dos caras que mexem com o Bitcoin são bandidos”. Ele também afirmou ter pena de quem perde dinheiro na B3.
No entanto, o presidente do partido do político, filiado ao PRTB, foi acusado de supostamente roubar um valor equivalente a R$ 14,5 milhões (à época) em bitcoins de um policial civil. Leonardo Avalanche foi acusado em março deste ano pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O processo foi arquivado em julho, após a suposta vítima perder o prazo de entrega de documentos.
Além disso, Tábata Amaral (PSB), Maria Helena (NOVO) e José Luiz Datena (PSDB) também não responderam à reportagem.
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