Quão comuns são os golpes com criptomoedas? Um total de 35% dos investidores canadenses foram vítimas deles, conforme dados compilados por pesquisadores da Toronto Metropolitan University.
O estudo também revela uma correlação perturbadora entre propriedade de criptomoedas e assédio online. O novo relatório de autores afiliados à Toronto Metropolitan University acabará com qualquer noção de que os investidores cripto são sofisticados demais para serem vítimas de golpistas.
Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude
O relatório baseia-se nas conclusões de uma pesquisa nacional realizada em outubro de 2022. Suas conclusões contundentes apresentam um apelo urgente à ação. Mas Ottawa deve equilibrar a aplicação dura com o respeito pela inovação.
Proprietários canadenses de criptomoedas sofrem mais abusos online
Um total de 35% dos canadenses entrevistados disse ter experimentado alguma forma de fraude ou golpe cripto. Notavelmente, as taxas eram mais altas entre as populações de baixa renda e menos educadas.
O estudo também expõe uma conexão entre propriedade de criptomoedsa e assédio online. O abuso online afetou 19% dos proprietários de criptomoedas, em comparação com 6% dos que não as possuíam, de acordo com a pesquisa.
Em muitos casos, o abuso foi tão grave que eles temeram por sua segurança, diz o relatório.
O nível de fraude vai chocar alguns. No entanto, conforme o relatório, os proprietários de criptomoedas no Canadá não acreditam que sejam mais propensos a acreditar em desinformação do que aqueles em outros lugares.
A pesquisa de outubro de 2022, incorporada ao novo relatório, é anterior à implosão da FTX em novembro de 2022 e à prisão de seu CEO, Sam Bankman-Fried. Mesmo antes da queda da FTX, as pessoas tinham sérias preocupações com as criptomoedas, afirma o relatório.
O relatório faz recomendações claras ao governo canadense para o espaço cripto. Eles incluem o alinhamento da regulamentação financeira de criptoativos com outras políticas e regimes legais canadenses e coordenar com jurisdições pares e órgãos internacionais na elaboração de políticas.
Dadas as conclusões do relatório, um fato não deveria surpreender ninguém: em comparação com os Estados Unidos, o Canadá é muito menos interessado em cripto.
De acordo com o Chainalysis 2022 Crypto Adoption Index, que saiu um mês antes da pesquisa, o Canadá ocupa apenas o 22º lugar no mundo em termos de adoção. Os Estados Unidos, por outro lado estão em 5º lugar.
No entanto, o Canadá supera outros países semelhantes. A lista é composta de França (32), Austrália (40), Nova Zelândia (108), Holanda (39) e Irlanda (124), mas é derrotada pela Alemanha (21).
A Toronto Metropolitan University não deixa dúvidas do motivo pelo qual o Canadá pode não ser tão rápido em usar e negociar criptoativos. Seus pesquisadores descobriram que os canadenses geralmente expressam níveis “extremamente baixos” de confiança nas exchanges.
A queda da FTX e outros escândalos dificilmente podem ter ajudado.
Exchanges deixam mercado canadense
O desafio para os reguladores canadenses é conter os golpes e fraudes sem afastar as exchanges. Para isso, é crucial ter uma regulamentação mais inteligente, sem hostilidade às criptomoedas.
Até agora, entretanto, o histórico não é animador.
Em maio, em meio a um escrutínio mais rigoroso exigido pelos administradores de valores mobiliários canadenses, a Bybit, com sede em Dubai, anunciou que encerrará as operações no Canadá. A empresa não aceitará mais novos residentes ou nacionais canadenses, e seus clientes devem fechar as posições de margem até 30 de setembro para evitar a liquidação automática.
No início de maio, a Binance anunciou que sairia do mercado canadense por motivos semelhantes.
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