O Brasil avança para otimizar o uso de inteligência artificial (IA) na gestão e prestação de serviços públicos. Esta semana, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) assinaram um termo de parceria para desenvolver soluções e ferramentas para utilizar IA no país.
Com investimento inicial de R$ 390 milhões nos próximos quatro anos, o recurso financeiro é do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Além de financiar novas plataformas de IA para otimizar serviços públicos, a iniciativa promete integrar dados já disponíveis para facilitar a comunicação dos brasileiros com o serviço público.
Governo Federal avança para otimizar uso de IA no Brasil
SponsoredNa prática, as ferramentas de inteligência artificial serão usadas para, entre outras coisas, catalogar e integrar o grande volume de informações espalhadas por diferentes bases de dados sociais, como, por exemplo, o Cadastro Único (CadÚnico) e órgãos públicos de saúde e educação. O objetivo final é ainda mais ambicioso, conforme afirmou o secretário nacional de Governo Digital, Rogério Mascarenhas.
Desde o princípio, buscamos um trabalho de personalização, de foco na melhoria dos serviços, disse Mascarenhas ao anunciar a assinatura do termo de parceria, referindo-se à intenção de criar plataformas capazes de, com o uso de IA, qualificar, proteger e integrar as informações.
“O propósito é [disponibilizarmos] um governo para cada pessoa”, acrescentou o secretário, alegando que, com as modernas tecnologias, é factível pensar na emissão de mensagens personalizadas, com as quais o poder público poderia informar a um cidadão em particular, por exemplo, a vacina que ele ou seu filho precisem tomar a partir de determinada data.
Iniciativa prevê R$ 23 bilhões até 2028
Aliás, o projeto Inspire – sigla para Inteligência Artificial no Serviço Público com Inovação, Responsabilidade e Ética – faz parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Essa iniciativa prevê, até 2028, investimentos federais de R$ 23 bilhões em ações voltadas ao uso de IA para modernizar os serviços públicos e ampliar a inclusão social.
Responsável pela execução do projeto, o CPQD – fundação de direito privado – assegura que os dados serão tratados com alto nível de segurança, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e com os princípios de governança, ética e soberania digital do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial.
Segundo Paulo José Pereira Curado, diretor de Inovação e Empreendedorismo, a missão do CPQD é criar tecnologias que reforcem a soberania nacional e promovam progresso e bem-estar à sociedade.
Para impulsionar o projeto, a instituição já está implantando novas estruturas de processamento gráfico em Campinas (SP), firmando parcerias estratégicas e capacitando cerca de 200 profissionais.
Este é um grande desafio e vamos mobilizar uma grande quantidade de profissionais – tanto os que o CPQD já tem, quanto os que vai desenvolver. Com isso, esperamos contribuir para que nosso país tenha cada vez mais serviços públicos alinhados com as necessidades da população, finalizou Curado.