O Brasil é um dos 10 (dez) mercados prioritários para Coinbase, única exchange global listada na bolsa americana Nasdaq.
A revelação foi feita pelo Diretor Regional da Coinbase para as Américas, Fábio Plein. Nós conversamos com o executivo sobre o atual momento da indústria cripto em todo mundo. Com passagens pela Uber e Pic Pay, Plein disse ao BeInCrypto que o aplicativo da Coinbase foi a App cripto mais baixado no Brasil em 2024. Ele falou sobre os vários fatores impulsionaram o tão esperado “bull run”.
Com US$ 185 bilhões em volume trimestral negociados e US$ 237 bilhões de ativos sob proteção, a empresa comandada por Brian Armstrong, é a custodiante de nove dos onze ETFS à vista de Bitcoin e oito dos nove de Ethereum, aprovados nos Estados Unidos.
Plein disse que popularidade dos ETFs cripto após a aprovação, funcionaram muito bem como bons indicativo para indústria. E 2024 foi o ano da valorização dos ativos digitais.
Foi um ano muito importante para a indústria, um ano de crescimentos, marcos, muita valorização e avanços consideráveis.
Aprovação dos ETFs de Bitcoin, halving, Fed e Trump
Em um horizonte macro, a primeira parte do ano foi muito direcionada e puxada por eventos dentro da indústria, como, por exemplo, a aprovação dos ETFs de Bitcoin a vista, ETFs de Ethereum a vista. Essa validação da Security Exchange Commission (SEC) acabou trazendo um marco de legitimidade para investidores que até então não tinham acesso a esses produtos, trazendo uma entrada significativa de novos players, explica Fábio.
O diretor da Coinbase citou o halving em abril deste ano como um dos grandes momentos do Bitcoin ainda no primeiro semestre. A redução da taxa de juros nos Estados Unidos também voltou a trazer um maior apetite ao risco e uma perspectiva regulatória muito positiva após a vitória de Donald Trump como presidente.
Independentemente do resultado, foi uma eleição em que os eleitores cripto fizeram as suas vozes serem ouvidas nas urnas, então foi uma vitória da criptoeconomia em que os americanos se posicionaram, mostraram que se importam com cripto e buscam regras mais claras para a indústria.
Nunca houve um congresso mais favorável para cripto na história
O avanço não foi apenas do lado republicado, mas dos dois partidos, porque hoje após a eleição já existe uma representação bipartidária pró-cripto na Câmara dos EUA.
São mais de 276 congressistas a favor da indústria, o que é mais de 2/3 da Câmara dos Deputados e acho que isso mostra de fato uma perspectiva muito mais favorável e outros avanços que já vão sendo sinalizados a partir da nova administração do governo Trump.
Panorama macro da indústria reflete no Brasil
Todos os eventos e acontecimentos acima garantem o otimismo para o fechamento do ano e reflete na posição da Coinbase no Brasil.
Falando de Brasil, foi um ano muito importante para nós (Coinbase) nesse cenário que tracei. Com a retomada do crescimento e valorização dos preços dos ativos, nós já estávamos bem-posicionados aqui no Brasil, com produtos pensados para as necessidades dos brasileiros, como, por exemplo, a integração com o sistema PIX.
Brasil está entre os 10 mercados prioritários para Coinbase
Falando em especificidades para clientes locais, Fábio revelou que o Brasil é por exemplo, um dos dez mercados prioritários para a Coinbase, justamente por ter uma combinação única de um grande mercado em termos de usuário, como também uma grande economia.
E o crescimento, segundo Plein, foi bem relevante. No entanto, os dados não podem ser revelados por uma questão estratégica da empresa.
Então, quando olhamos para o futuro da empresa, enxergamos o Brasil como um mercado fundamental para o nosso sucesso e a realização da nossa missão, que é justamente trazer mais liberdade econômica e por meio de cripto para um bilhão de pessoas no mundo.
Um bom indicador para medir o sucesso da Coinbase no Brasil é que o App da exchange ficou entre os aplicativos cripto mais baixados do país.
Foi o App cripto com o maior número de downloads no Brasil este ano. Então isso mostra a atração e o crescimento que temos tido ao longo desse ano e principalmente nesses momentos em que o mercado e as pessoas voltam a buscar criptoativos como alternativa segura.
Mercados internacionais já respondem por 20% da receita global da Coinbase
Sem relevar números, o executivo confirmou que o Brasil cresceu em volume de usuários e volume de total transacionado dentro da plataforma.
Ganhamos relevância tanto no mercado interno, em termos de market share, quanto também quando olhamos a nossa comparação interna no total de receita da Coinbase.
Uma métrica interna mostra a relevância da receita dos mercados internacionais no caixa da empresa.
No início de 2023 a receita internacional era de 17%. Hoje esses mercados já correspondem a 20% da receita da Coinbase, revelou. Os números corroboram o foco da plataforma em investir e crescer fora dos EUA.
Consulta pública BC
Sobre a atual consulta pública do BC para aperfeiçoar a lei cripto no Brasil, o diretor disse que em breve comunicará o mercado as sugestões.
Essas são consultas relativamente recentes e existe um tempo até longo de contribuição que acaba em fevereiro 202. Então estamos analisando mais a fundo esses temas, para trazer uma contribuição mais completa. Mas a Coinbase vai participar e levar a visão com uma perspectiva mais completa.
Plein, elogiou a postura construtiva pró-cripto da autoridade monetária brasileira. Afirmou que vê com bons olhos iniciativas como o Drex, que “vai permitir mais eficiência para o sistema financeiro do Brasil.”
A expectativa para 2025?
Positiva, mas os próximos anos serão críticos para a indústria cripto, alerta Fábio.
Essa foi uma eleição em que cripto se tornou sobretudo uma parte importante da agenda e da decisão de voto de muitos eleitores.
Então, o que a gente espera para o próximo ano é que os candidatos eleitos se posicionem a favor de uma atualização do mercado financeiro e tragam mais clareza regulatória nos Estados Unidos. Se isso acontecer, a nossa expectativa é que 2025 tem tudo para ser um ano muito favorável para a indústria cripto.
Assim, existe uma grande expectativa para uma interlocução mais próxima entre a indústria e o governo americano. E para quem quer entrar no mercado, o conselho é direto. Estude e faça a lição de casa.
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