Brasil e Argentina anunciarão nesta semana o início dos preparativos para a criação de uma moeda comum, que poderá dar origem ao segundo maior bloco monetário do mundo.
Os dois gigantes da América do Sul uniram forças em um projeto para criar uma moeda entre os dois países. O plano será detalhado na cúpula de Buenos Aires onde outros países latinos também serão convidados a aderir à moeda, conforme citado pelo Ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa:
“Argentina e Brasil convidam o resto da região […] Não quero criar falsas expectativas. . É o primeiro passo de um longo caminho que a América Latina deve percorrer”.
As palavras de cautela de Massa respondem a uma sensata prudência. Ao ser levado em conta projetos semelhantes, é muito provável que a futura moeda demore vários anos para ser lançada, como apontou o ministro da Economia ao lembrar que a Europa levou 35 anos para criar o euro.
O projeto de uma moeda típica dos países da América do Sul não é algo novo, mas pode ser a primeira vez que as palavras se tornem ações. Há nove meses, o agora presidente do Brasil, Lula da Silva, citou em plena campanha eleitoral a criação de uma moeda única para o continente, chamada SUR.
Alguns líderes já demonstraram seu apoio a futura moeda, como Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
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Prós e contras de uma moeda latino-americana
Lula acredita que o SUR possa impulsionar o comércio regional e reduzir a dependência do dólar, prática muito marcante em toda a região. As moedas nacionais, o peso argentino e o real no Brasil, continuariam a operar enquanto o SUR funcionaria oficialmente em paralelo.
As dificuldades para a implementação do ativo são várias, entre elas a cumplicidade política de uma região onde houve e existe certa instabilidade. Brasil e Argentina discutiram uma moeda comum nos últimos anos, mas as negociações fracassaram devido à oposição dos bancos centrais. Atualmente, os dois países são governados por líderes de esquerda, então pode haver uma harmonia política para que o projeto avance.
Gerardo Mestre, conhecido economista argentino, citou como vantagem que o Sur ” daria um impulso e uma visão de maior força institucional, o que exigiria maiores investimentos”. No entanto, o Mercosul funciona como um espaço de quase integração, não tendo ainda conseguido atingir um nível avançado de integração, como é o caso da zona euro.
Isso implicaria na criação de um órgão supranacional e as nações teriam que renunciar à sua soberania monetária, suprimindo um poder essencial para países que passam grande crise, como a Argentina. Segundo o economista:
“Isso os impediria de emitir ou, em caso de crise, tirar dinheiro de circulação”.
América Latina pode se tornar o segundo maior bloco monetário do mundo
Uma união monetária abrangendo toda a América Latina representaria cerca de 5% do PIB mundial. A futura moeda ficaria atrás somente do euro, que se tornou a maior união monetária do mundo, representando cerca de 14% do PIB mundial em dólares.
Outros blocos de moedas são o franco CFA, usado por alguns países africanos e vinculado ao euro, e o dólar do Caribe Oriental. No entanto, esses blocos compreendem uma parcela muito menor da produção econômica mundial.
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