Indonésia, maior economia do Sudeste Asiático, se tornou oficialmente membro do BRICS em 2025. O anúncio feito pelo presidente Lula, marca uma das primeiras ações da presidência brasileira.
A adesão foi aprovada na Cúpula de Joanesburgo, em agosto de 2023, e formalizada após a conclusão das eleições presidenciais indonésias em 2024, quando o novo governo confirmou seu interesse.
Indonésia quer fortalecer o Sul Global no BRICS
O governo brasileiro anunciou a novidade, destacando, sobretudo, o alinhamento da Indonésia com os objetivos do BRICS, incluindo a reforma das instituições de governança global e o fortalecimento da cooperação no Sul Global. Esses temas são prioritários para a presidência brasileira, cujo lema é “Fortalecer a Cooperação no Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.
Com a entrada da Indonésia, o BRICS passa a contar com 11 países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.
Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o governo deu as boas-vindas ao país no grupo, destacando a Indonésia como “a maior economia do Sudeste Asiático”, bem como seu alinhamento com os objetivos do BRICS.
Indonésia pró cripto
Em novembro de 2023, o mercado de criptomoedas na Indonésia movimentou 17,1 trilhões de rupias indonésias (o equivalente mais de US$ 1 bilhão), com 18,25 milhões de usuários registrados. Os dados são da Agência Reguladora de Negociação de Futuros de Commodities da Indonésia (Bappebti).
O país lançou sua primeira bolsa de criptomoedas apoiada pelo estado em julho de 2023. No mesmo ano alcançou a 7ª posição no Índice de Adoção de Criptomoedas entre 146 nações. As informações são do Statista O sucesso se deve à estratégia mobile-first, com penetração de smartphones próxima a 91% em 2024, e à crescente popularidade das criptomoedas como fonte de renda, impulsionada por tendências globais positivas.
País do sudoeste asiático avança em DeFi
Apesar disso, o mercado enfrenta desafios, como investidores iniciantes vulneráveis a golpes. Em março de 2023, um escândalo em um aplicativo prejudicou centenas de milhares de investidores de varejo. Para combater esses problemas, o Banco da Indonésia discute questões de segurança cibernética e educação financeira para proteger os consumidores.
Segundo o statista, a Indonésia superou a maioria dos outros países em termos de valor de serviço de varejo para valor de finanças centralizadas e descentralizadas (DeFi).
Indonésia avalia reduzir carga tributária cripto pela metade
Desde 2024, a Bappebti avalia reduzir a carga tributária sobre criptomoedas pela metade. A ideia é estimular o mercado, que atualmente está sujeito a imposto sobre valor agregado e renda.
Este ano, a supervisão das criptomoedas passará ao OJK, o regulador de serviços financeiros do país. Isso indica principalmente uma possível expansão do mercado diante do aumento nas transações e adoção nos últimos anos. Enquanto isso, aqui no Brasil, o fisco e o governo estão em busca de criar cada vez mais maneiras de taxar a indústria cripto.
BRICS e CBDC
Outro tema relevante da agenda digital econômica do grupo é o desenvolvimento de uma Central Bank Digital Currency (CBDC) para o grupo transacionar. Apesar de o Brasil estar na vanguarda desenvolvendo a plataforma Drex, recentemente a Rússia, propôs a moeda digital do grupo para substituir o dólar.
Há muitas polêmicas em torno dessa vontade de criar uma CBDC exclusiva para ser transacionada entre as negociações dos países membros. As questões envolvem segurança, privacidade e uso de soluções como, por exemplo, o sistema CBDC transfronteiriço mBridge. Isso porque a tecnologia usa a blockchain para que bancos de varejo realizem pagamentos com as CBDCs.
Trump ameaça CBDC dos BRICS com tarifas
Outra ameaça sobre a criação da CBDC dos BRICS, veio do hemisfério norte. Isso porque o presidente eleito nos Estados Unidos (EUA), Donald Trump disse que qualquer ação nesse sentido, trará consequências severas. Segundo o republicano, o EUA podem criar uma tarifa de 100% sobre importações de produtos de todos os países membros. Na prática, isso significa também a impossibilidade de acessar a maior economia do planeta.
A ideia de que os países do BRICS estão tentando se afastar do dólar enquanto assistimos é INACEITÁVEL. Exigimos um compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda do BRICS, nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100% e devem esperar dizer adeus a vender para a maravilhosa economia dos EUA, afirmou, Trump.
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