A primeira transação de stablecoins entre empresas deve acontecer em breve. Revelada por Renata Petrovic, head de inovação do Bradesco e líder do ecossistema Inovabra, ela confirmou ao BeInCrypto que, sim, um dos maiores bancos do país está conduzindo um piloto com stablecoins.
“A primeira transação deve acontecer em breve”, disse Petrovic.
Piloto de stablecoin do Bradesco entre empresas
Segundo a executiva, o Bradesco não terá uma stablecoin própria, e sim utilizará um token de mercado que, na prática, será usado para liquidar transações de comércio exterior.
“Não será para o varejo. Será entre empresas, em fluxos de moeda internacional”, reforçou Renata.
Aliás, as stablecoins já têm sido amplamente utilizadas para liquidações no exterior. Recentemente, o Itaú não descartou a criação de uma stablecoin própria.
Stablecoins podem substituir o sistema SWIFT?
Sobre o poder de liquidação desse tipo de ativo e seu potencial de substituir o sistema global de pagamentos conhecido como SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), Renata afirma que “com certeza existem benefícios, como fluidez e timing”.
Quanto à substituição do SWIFT por operações via stablecoins, a executiva explicou que ainda existem desafios: “A mensageria, por exemplo, ainda não foi completamente resolvida por essas soluções descentralizadas”.
Bradesco diz que Drex é um grande aprendizado
Sobre a participação do Bradesco no piloto do Drex do Banco Central (BC), Petrovic destacou que os benefícios incluem aprendizados valiosos entre os participantes e para o próprio banco — aprendizados que vão além da área técnica. Atualmente, a instituição tem dois produtos em teste: o CBDC de garantia de empréstimos e o de debêntures.
Quanto às dificuldades do piloto, a executiva ressaltou os já conhecidos entraves:
“Acho que são dois problemas principais, para os quais ainda não conseguimos enxergar soluções. Um é o da privacidade, já amplamente conhecido, e o outro é a preocupação com o potencial de escalabilidade da rede. E, claro, a segurança”, afirmou.
Pix gerou expectativa sobre o lançamento do Drex
Para Petrovic, o Pix, que hoje conta com mais de 168 milhões de usuários no Brasil, incluindo pessoas físicas e jurídicas, gerou uma expectativa enorme. Para se ter uma ideia, apenas no ano passado, a média mensal de usuários ativos superou 60% da população brasileira.
“Com a expectativa que o Pix gerou e o quanto escalou, espera-se construir uma rede robusta com o Drex, que também seja escalável. Então, existe essa apreensão de que o que estamos construindo aqui realmente permita essa escalabilidade.”
“Hoje, o problema está mais na rede de liquidação da moeda, que ainda não tem soluções definidas”, complementou.
Bradesco vai ofertar Bitcoin?
“O Bradesco está tecnologicamente habilitado para ofertar Bitcoin e outras criptomoedas”, afirmou a líder do Inovabra.
Renata citou as consultas públicas do BC sobre os prestadores de serviços de ativos virtuais (PSAVs), destacando que elas visam garantir mais segurança jurídica. Além disso, mencionou o uso de stablecoins para comércio exterior e câmbio.
“É essa segurança jurídica que vai impulsionar os negócios. Hoje, o Bradesco tem um fundo de investimento em cripto, distribuído pela Ágora, baseado no índice da Hashdex”, completou.
Sobre previsões para o Drex chegar à população, Renata concluiu:
“Não arriscamos, não temos previsão. Eu acho que ninguém tem. E, se tiver, é chute”, disse ela durante entrevista ao BeInCrypto Brasil no Web Summit.
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