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No Brasil, Charles Hoskinson fala sobre ETFs, segurança e América Latina

5 mins
Atualizado por Luís De Magalhães

EM RESUMO

  • O cofundador da Cardano comentou sobre a possibilidade de uma ETF de Cardano
  • Hoskinson destacou América Latina como hub de inovação
  • Hoskinson afirmou que caso CrowdStrike poderia ter sido evitado com Blockchain
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O fundador da Cardano e cofundador do Ethereum, Charles Hoskinson, esteve no Brasil para participar do Blockchain Rio. Durante o evento, ele conversou com o BeInCrypto sobre suas perspectivas para o setor cripto no país e a sua visão sobre o futuro do mercado de criptomoedas no mundo.

ETFs de Cardano

  • Como você vê a possibilidade do lançamento de ETFs de Cardano no futuro?

Estou muito interessado em saber se eles são feitos da maneira certa. Assim como os CBDCs, os ETFs são sistemas neutros. Nós, da Cardano, temos que ser muito mais sensíveis com os ETFs do que o Bitcoin, porque a posse do Bitcoin não lhe dá direito a nada.

Não há consenso na inscrição nem na tomada de decisão da mudança, ao passo que a titularidade da ADA sim. Eu me sinto um pouco desconfortável com a Black Rock recebendo 5 ou 10% do fornecimento e eles começarem a tomar decisões, por mais que eu goste do Larry, você sabe, só não quero que ele more na minha casa.

Vamos ver se conseguimos encontrar uma forma legal de criar algo que se pareça com um ETF com um parceiro. Qeremos fazer de uma forma onde o poder de voto, o poder de staking, sejam usados para o bem público da Cardano.

Ainda não descobrimos, mas estamos conversando com algumas pessoas. Estamos tentando descobrir como isso é possível.

Caso CrowdStrike

  • Como a paralisação da rede mundial afeta a indústria cripto?

Objetivo do blockchain é ter uma conversa mais ampla sobre como construir resiliência operacional de modo que uma empresa não possa fazer algo que quebre a Internet. Isso ocorre em todas as partes da cadeia de suprimentos de entrega de software, a partir de onde o código é desenvolvido e implantado

O grande problema que temos com a curadoria e o gerenciamento centralizados de TI é que ela é muito frágil. Então, quando funciona, é lindo, tem um custo muito baixo, é muito eficaz, tem baixa latência e é fácil de fazer alterações.

Mas é uma faca de dois gumes. Embora faça muito por você muito rapidamente, também pode machucá-lo muito rapidamente. Se um pequeno grupo de pessoas estragar alguma coisa, em vez disso, impactará apenas alguns clientes que poderiam impactar centenas de milhões de clientes e isso não é uma coisa nova.

Já vimos isso acontecer várias vezes, um ótimo exemplo é o Heartbleed. Isso foi há anos e descobrimos que um pequeno grupo de pessoas, cerca de três pessoas, gerenciava SSL e todos na Internet usavam as mesmas bibliotecas. Então, quando eles erraram, criaram uma falha que quase todos os sites do mundo inteiro tinham, porque três pessoas não fizeram o seu trabalho.

Com serviços em nuvem, uma empresa e uma pessoa atendem milhões de pessoas ou centenas de milhões de pessoas em caso de greve coletiva. E se eles cometerem um erro, ele se espalhará e não há como impedir que esse erro se espalhe.

É irônico que tudo que é novo seja, na verdade, velho. A razão da criação da internet foi a descentralização e resiliência operacional. Nas décadas de 1960 e 70 todos estavam preocupados com os ataques nucleares na infraestrutura nos Estados Unidos e perceberam que se tudo estivesse num só lugar e uma arma nuclear fosse usada neste local, toda a pilha de TIC de todo o governo dos EUA estava comprometida. Então, disseram eles, poderíamos construir uma rede descentralizada e redundante em todos os Estados Unidos?

O objetivo da indústria da Web 3 é nos trazer de volta a esse princípio central. A diferença é que, em vez de isso ser feito de cima para baixo, pode ser feito de baixo para cima.

America Latina e criptomoedas

  • Como você vê o setor cripto no Brasil, América Latina e no mundo atualmente?

O Brasil, assim como a Argentina e muitos outros países da América do Sul, está passando por uma conversa nacional sobre como melhorar seus sistemas econômicos, políticos e sociais. A blockchain é um componente vital para garantir que eles sejam aprimorados da forma mais equitativa possível para o maior número de pessoas possível.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

  • Você elogiou a política econômica de Milei no ano passado. E agora, como você analisa o governo argentino em relação às políticas de criptoativos?

O governo fez uma escolha difícil, mas necessária, ao perceber que como estava operando não era fiscalmente responsável e que estava caminhando para o colapso. Milei fez a coisa mais difícil com a redução do tamanho e dos serviços do governo. Infelizmente, no curto prazo, as pessoas que dependem do governo estão em uma situação difícil, mas a inflação está começando a ficar sob controle e as coisas estão começando a melhorar.

Ainda é preciso haver uma conversa nacional sobre como recuperar de forma sustentável alguns serviços que foram cortados, mas o blockchain significaria uma pegada mais leve (custo reduzido) e a eliminação do desperdício e da corrupção. Isso é algo que afeta todos os estados-nação, inclusive os EUA, e o blockchain pode ser uma ferramenta essencial para a Milei usar na reconstrução.

O futuro do mercado cripto

  • O que esperar dos desenvolvimentos do mercado na próxima década? Se possível, dê exemplos.

As vantagens do lado comercial serão o casamento de ativos do mundo real com a tecnologia de blockchain. Há uma certa inevitabilidade aqui – seja com terras ou commodities.

O Brasil ainda é um mercado de commodities muito forte, desde recursos naturais até agricultura. É possível incorporar o blockchain a sistemas para rastrear (por exemplo) as métricas ESG para pontuação de carbono e sustentabilidade.

A Amazônia é o pulmão do mundo inteiro, e o objetivo é construir uma economia em que não danifiquemos algo no longo prazo para obter ganhos no curto prazo. Com o blockchain, podemos navegar como um mercado global e o Brasil pode participar de forma justa no mercado como um todo.

As barreiras para isso têm sido o fato de não termos o nível certo de identidade ou privacidade computacional, mas agora estamos descobrindo essa “última milha” como um setor. Já descobrimos muitos outros aspectos, desde a auditabilidade e a escalabilidade até a facilidade de uso para o consumidor. Entretanto, ainda não atingimos os componentes de privacidade e identidade no nível necessário para adicionar o mundo real.

A resolução disso acontecerá em entre 5 a 10 anos e resultará em uma fusão do mundo legado com o mundo digital de uma forma que não nos diferenciará – é apenas o novo mundo.

Charles Hoskinson e o Brasil

  • Como esta é sua primeira visita ao Brasil e à cidade maravilhosa do Rio, o que você espera do Blockchain Rio e da comunidade brasileira?

Há uma forte comunidade Cardano no Brasil e nós a apreciamos; nós a amamos. Eles realizaram muitos eventos independentes excelentes, e fico triste quando não posso estar lá.

Por isso, estou animado para chegar, dizer olá e me encontrar com a comunidade Cardano. Mas também é bom me reunir com o setor de blockchain mais amplo e ter uma noção de onde há interesses comuns em que podemos trabalhar juntos como um grupo, em vez de na fragmentação pela qual o setor é famoso. Desse modo, todos no espaço das criptomoedas têm muito mais em comum do que pensamos, e não podemos tratar as outras cadeias como oposição. Temos que encontrar esses interesses comuns.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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