A BlackRock comprou grandes volumes de Ethereum, o que intensificou os rumores sobre a introdução de staking em seu ETF. Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) declarou que protocolos de “staking como serviço” não são valores mobiliários, o que reforçou ainda mais essas especulações.
A mudança na regulamentação provocou fortes críticas de atuais e ex-funcionários da SEC. No momento, o maior desafio da BlackRock pode ser enfrentar um embate político.
A gestora já é responsável pelo maior ETF de Ethereum do mercado, que vem apresentando desempenho expressivo. Desde a atualização das diretrizes da SEC sobre o staking em ETFs, ocorrida há poucos dias, diversos gestores de ativos passaram a apresentar propostas para explorar essa nova possibilidade.
Dados on-chain indicam que a BlackRock está intensificando suas compras de Ethereum, o que reforça a suspeita de que a empresa esteja preparando um ETF com opção de staking.

Especificamente, a BlackRock tem vendido grandes quantidades de Bitcoin para financiar a aquisição de Ethereum. Esse movimento provavelmente reflete a crescente demanda por ETFs de Ethereum no mercado norte-americano.
Os ETFs vinculados ao Ethereum registraram 11 dias consecutivos de entradas líquidas, com o valor total de ativos sob gestão se aproximando de US$ 10 bilhões. Além disso, há sinais consistentes que sustentam os rumores sobre a inclusão de staking nesses fundos.
Diversos emissores de ETFs vêm pressionando pela autorização do staking, e a SEC havia adiado uma decisão sobre o tema em abril. Com a nova diretriz da Comissão reconhecendo que protocolos de “staking como serviço” não se enquadram como valores mobiliários, cresce a expectativa de que esse modelo possa ser incorporado oficialmente aos produtos de investimento.
Pressão por staking em ETFs cresce
Há indícios de que executivos da BlackRock estão atuando diretamente junto à SEC para assegurar uma confirmação formal dessa mudança regulatória.
Mas onde está o entrave? Se a Comissão demonstra abertura e a indústria financeira manifesta forte interesse, o que impede a aprovação formal do staking em ETFs à vista?
Em resumo, os principais obstáculos ainda são de natureza política. A SEC já enfrenta críticas pelas recentes flexibilizações em relação ao setor de criptoativos, e sua decisão envolvendo o modelo de Proof-of-Stake (PoS) apenas intensificou o debate público e institucional.
Caroline Crenshaw, comissária conhecida por sua posição contrária ao setor cripto, também criticou a decisão da SEC sobre o staking em ETFs. Para ela, a política da Comissão em relação aos ativos digitais tem sido guiada por um “pensamento desejoso”, sem base regulatória sólida.
Atualmente, o setor de criptoativos enfrenta um cenário de hostilidade crescente e menor apoio político. Caso esse pedido avance para uma disputa mais ampla, os custos políticos e regulatórios podem ser elevados. A questão é: essa proposta representa, de fato, a maior prioridade neste momento?
Mesmo sem classificar o staking de cripto como valor mobiliário, a SEC ainda analisa como essas operações impactam a custódia e a transparência dos riscos. O órgão precisa assegurar que investidores de varejo não enfrentem cortes ocultos nem restrições de liquidez.
Em resumo, a possível introdução de ETFs com staking não é a única oportunidade promissora que depende de respaldo político. Embora a aprovação regulatória ainda possa ocorrer, os entraves políticos representam o principal desafio no curto prazo.
A estratégia interna da BlackRock permanece pouco clara. A empresa pode estar se posicionando para uma investida mais robusta nesse segmento ou priorizando outras frentes. Para os próximos passos, ambos os cenários seguem em aberto.
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