O ano de 2024 trouxe resultados contrastantes no mercado financeiro, com desempenhos variados entre diferentes classes de ativos. O Bitcoin foi o destaque.
Neste momento, a moeda digital vale cerca de US$ 98 mil, desvalorização de quase 4% em 24 horas. Ainda assim, o ativo está mais do que em alta e se tornou um dos preferidos de muitos investidores.
Bitcoin tem ganho real de quase 167% em 2024
A criptomoeda mais famosa e queridinha da indústria cripto, o Bitcoin, surpreendeu. O ativo teve um retorno real de 166,35% em 2024, beneficiado pela crescente adoção institucional e por ser uma alternativa descorrelacionada.
Investimentos conservadores, como, por exemplo, Selic e CDI, mantiveram ganhos reais de cerca de 5,95%, destacando-se pela segurança em tempos de incerteza econômica. Por outro lado, ativos como o Ibovespa (-14,34%) e o IFIX (-11,48%) apresentaram perdas reais, refletindo dificuldades em acompanhar a inflação.
Menos competitiva, a poupança, encerrou o ano com ganho real de 2,28%. Em tempos de incertezas e volatilidade, a categoria é uma das procuradas por investidores conservadores. Os cálculos acima são do Índice de Ganho Real do Grupo Studio (IGRGS), divulgado hoje (07).
Ativos alternativos como ouro se destacaram
Assim como o Bitcoin, o ouro teve um ganho real de 20,33%. E foi impulsionado principalmente por tensões geopolíticas e políticas monetárias globais, consolidando-se como porto seguro em tempos incertos.
Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, destacou a relevância da diversificação de portfólio. “Enquanto investimentos tradicionais enfrentaram desafios, o ouro e as criptomoedas provaram ser refúgios importantes para quem busca proteção e oportunidades de crescimento em momentos de instabilidade”, afirmou.
O ano também foi marcado por oscilações na taxa básica de juros, impactando assim o planejamento financeiro. Esses movimentos reforçam, aliás, a necessidade de estratégias que combinem segurança e busca por rentabilidade em ativos alternativos.
A diversificação e a análise criteriosa do cenário econômico são fundamentais para garantir ganhos reais consistentes no futuro, reforça Monteiro.
Perspectivas para empresas listadas na B3 permanecem negativas em 2025
O cenário para as empresas listadas na B3 é desafiador, segundo o professor no Insper, PhD em administração, Flávio Málaga. A recente decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano, com previsão de alcançar 14,25% em março de 2025, pode agravar ainda mais as dificuldades financeiras dessas companhias.
Com juros elevados, o custo do dinheiro supera a capacidade de gerar retornos suficientes, impactando investimentos, atração de capital e gestão de dívidas.
A política monetária restritiva já causou efeitos significativos: em 2024, aproximadamente US$ 148 bilhões desapareceram do mercado de capitais brasileiro, disse Málaga, que também é especialista em finanças corporativas.
75% das 261 empresas analisadas na B3 entre outubro de 2023 e setembro de 2024 registraram rentabilidade anual inferior a 13,5%, segundo o professor.
Esses dados reforçam o alerta de que o ambiente econômico continuará pressionando as empresas listadas na bolsa brasileira em 2025.
Bitcoin vêm se tornando opção de reserva de valor
Jéssica Lima, CEO da JP2Pay, corretora personalizada de criptomoedas, diz que o mercado de ativos digitais ganhou a confiança das pessoas e já funciona como alternativa aos bancos tradicionais. A executiva lembra que quando as criptomoedas surgiram em meados de 2009 na forma do Bitcoin, pouco se sabia sobre o tema, como elas funcionavam e se iriam vingar por tanto tempo.
Mais de uma década se passou e a consolidação desse tipo de mercado digital já foi capaz de produzir raízes e deixa cada vez mais claro que chegou para ficar. Lima acredita que certamente, melhorar a experiência do usuário, sem o expor ao risco, vai impulsionar a adoção cripto.
A adoção de criptomoedas como reserva de valor está se expandindo, deixando de ser restrita a um público específico. Esse movimento atrai um número crescente de pessoas para um ambiente financeiro mais transparente, descentralizado e acessível, concluí a CEO da JP2Pay.
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