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“Quase adulto”, Bitcoin comemora 17 anos com avanço da adoção institucional

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Escrito e editado por
Luís De Magalhães

30 outubro 2025 18:12 BRT
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  • Aos 17 anos, o Bitcoin deixa de ser “moeda de hackers” e consolida seu papel entre governos, empresas e investidores institucionais.
  • De Trump a Milei, líderes políticos adotam o Bitcoin como símbolo de soberania e liberdade econômica.
  • Com tecnologia em evolução e adoção global crescente, o Bitcoin se firma como pilar de uma nova infraestrutura financeira digital.
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Quase um adulto. Publicado por Satoshi Nakamoto em 31 de outubro de 2008, o White Paper do Bitcoin completa, nesta sexta-feira (30), 17 anos. Por mais que uns não considerem o dia como um aniversário oficial, a data é um um marco fundamental não apenas para o Bitcoin, mas para todo o ecossistema de criptoativos.

O documento lançou as bases de uma moeda digital descentralizada, capaz de funcionar como meio de pagamento entre pares, sem depender de intermediários ou da confiança em terceiros.

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O que antes era visto como “moeda de hackers e criminosos” hoje vive um momento totalmente diferente. Aos 17 anos, o Bitcoin conquista espaço entre governos — como o dos EUA — e gigantes institucionais, como BlackRock e Michael Saylor. A pergunta que fica é: qual será o futuro do Bitcoin?

Por que o Bitcoin já deu certo?

Nos últimos meses, a adoção institucional do Bitcoin avançou de forma marcante, com instituições financeiras de peso e corporações transformando-o em reserva estratégica. A gestora BlackRock, por exemplo, detém cerca de 3% de todo o suprimento circulante de Bitcoin — um nível que a posiciona entre os maiores detentores individuais da criptomoeda. No âmbito corporativo, empresas públicas acumulam mais de 725.000 BTC só em 2025, enquanto privadas somam mais de 300.000 BTC, segundo estimativas recentes.

Para Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, o que antes era apenas teoria, hoje é incontestável.

A visão me inspirou profundamente e foi determinante para a criação da Ripio em 2013. Eu e meus sócios acreditávamos que o impacto dessa inovação seria imenso – e o tempo comprovou isso. Hoje, 17 anos após a publicação do White Paper, os efeitos dessa inovação são incontestáveis, aponta.

Do lado soberano, governos e estados-nação também seguem essa tendência de “reserva digital”. Registros apontam que cerca de 31% do suprimento circulante de Bitcoin está sob controle de “tesourarias centralizadas” (governos, ETFs, empresas públicas) — índice que ajuda a evidenciar a institucionalização do ativo. Além disso, países como El Salvador mantêm o Bitcoin como moeda de curso legal e acumulam reservas da criptomoeda, o que reforça seu papel além da especulação.

De acordo com Michael Rihani, diretor do Nubank Cripto, a integração do Bitcoin com o mercado financeiro tradicional representa consolida as criptomoedas como uma classe legítima de ativos financeiros.

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Esse movimento amplia o alcance e a credibilidade do Bitcoin, ao mesmo tempo em que aproxima os mundos dos investimentos digitais e tradicionais. Também é importante destacar o surgimento de novos produtos financeiros, como os ETFs de Bitcoin negociados na B3, além dos BDRs vinculados a grandes ETFs globais de Bitcoin. Esses produtos aproximam o ativo digital do investidor tradicional, ampliando as oportunidades de diversificação

O Bitcoin como bandeira política

O presidente norte-ameircano Donald Trump, que no passado classificava o Bitcoin como “baseado no ar”, tornou-se hoje um dos nomes políticos mais favoráveis à indústria cripto. Em sua campanha presidencial, o ex-presidente dos EUA passou a aceitar doações em Bitcoin e prometeu transformar o país no centro mundial de mineração e inovação blockchain. Essa guinada reflete uma mudança profunda de percepção: o ativo que antes simbolizava resistência ao sistema agora se tornou pauta de estratégia econômica e política.

O movimento não se restringe aos Estados Unidos. Na América Latina, o presidente da Argentina, Javier Milei, também defende abertamente o Bitcoin e o vê como ferramenta de liberdade econômica. Milei já declarou que “o Bitcoin devolve o dinheiro às pessoas” e representa uma alternativa concreta à inflação crônica e à má gestão monetária. Em El Salvador, o presidente Nayib Bukele foi ainda mais longe — tornou o Bitcoin moeda de curso legal e segue acumulando reservas, consolidando o país como um laboratório de política monetária descentralizada.

Esses exemplos mostram que o debate sobre o Bitcoin deixou de ser apenas tecnológico e passou a ser ideológico. Governos e candidatos agora o utilizam como símbolo de soberania financeira, inovação e, em muitos casos, de oposição ao sistema bancário tradicional. De um lado, líderes liberais e reformistas o veem como instrumento de liberdade; de outro, reguladores e instituições tentam moldar regras para absorver sua força sem perder o controle.

Para onde vai o Bitcoin?

Estabilizado acima dos US$ 110 mil, o futuro do Bitcoin parece seguir em duas direções complementares: consolidação e transformação. De um lado, sua adoção institucional cresce, com bancos, fundos e governos reconhecendo-o como uma reserva de valor global.

De outro, a tecnologia por trás do ativo continua evoluindo, com soluções como a Lightning Network e a tokenização sobre sua base abrindo caminho para novos casos de uso. Entre regulação, integração financeira e inovação, o Bitcoin caminha para se firmar não apenas como uma alternativa monetária, mas como o pilar de uma nova infraestrutura econômica digital.

Todos os dados convergem para a mesma conclusão: o Bitcoin é o ativo mais valioso da última década. É também o mais escasso e transparente em circulação, com uma oferta limitada a 21 milhões de unidades. Celebrar os 17 anos do White Paper do Bitcoin é reconhecer não apenas o legado dessa inovação, mas também todo o caminho e resultados conquistados desde então. É olhar para frente e entender que ainda há muito a construir em direção a um futuro financeiro mais aberto, inclusivo e financeiramente livre, finaliza o CEO da Ripio

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