De acordo com o ciclo tradicional de quatro anos do Bitcoin, 2026 pode marcar o início de um mercado baixista para a maior criptomoeda do mundo. Porém, muitos analistas apontam que esse padrão conhecido pode não se aplicar ao mercado atual.
Essa mudança reflete um mercado hoje mais influenciado por capital institucional e liquidez global do que por eventos do protocolo. Essa maturação pode redefinir a trajetória do Bitcoin até 2026.
SponsoredBitcoin em 2026: além do padrão do ciclo de 4 anos
Em uma publicação recente no X (antigo Twitter), o trader veterano Bob Loukas avaliou que o ciclo atual do Bitcoin difere dos anteriores. Ele alertou investidores contra expectativas rígidas e ressaltou que uma continuidade da alta até o primeiro, ou mesmo o segundo, trimestre do ano que vem ainda estaria dentro dos limites normais do ciclo.
“Este ciclo de 4 anos tem sido diferente dos anteriores, em muitos aspectos. E conta com outra classe de participantes. Portanto, não devemos ser taxativos nas expectativas. É preciso dar margem dentro dos limites do movimento. Por exemplo, uma alta até o 1º ou mesmo o 2º trimestre. Isso permanece na faixa que permite a fase baixista usual. De 6 a 8 meses seriam suficientes”, escreveu Loukas.
Ainda assim, outros observadores do mercado defendem que o BTC agora segue um ciclo de 5 anos, e não de 4. Em uma análise detalhada, um analista destacou que, por mais de uma década, o preço do Bitcoin seguiu um padrão claro ligado aos eventos de halving de quatro anos.
Cada ciclo trouxe altos ganhos percentuais: 9.300% em 2013, 2.300% em 2017 e 260% em 2021, seguidos por correções de cerca de 80%. Porém, os dados agora indicam que essa estrutura conhecida está mudando.
O analista observou que a fase após o halving de 2024 gerou apenas uma alta de 18% até agora. Trata-se de uma mudança expressiva em relação a períodos anteriores. Isso indica que o Bitcoin já não segue um ritmo acelerado ditado pelo halving.
SponsoredEm vez disso, reflete dinâmicas de liquidez global mais lentas e acumulação institucional, com a fase de alta possivelmente se estendendo até a primeira metade de 2026.
“O Bitcoin mudou de um ciclo de 4 anos para um de 5 anos, com o próximo pico esperado por volta do 2º trimestre de 2026. Isso ocorre por uma mudança estrutural mais profunda na economia global: governos estão rolando dívidas por prazos maiores, os ciclos de negócios estão se alongando e as ondas de liquidez agora atravessam o sistema mais devagar”, diz a publicação.
Outros observadores também concordam que os movimentos de preço do Bitcoin são melhor explicados por ciclos de liquidez global do que apenas pelos halvings. Um analista pseudônimo, Master of Crypto, argumentou que os halvings tiveram peso quando o Bitcoin era pequena e especulativa, mas hoje — como um ativo de US$ 2,5 trilhões — têm pouco impacto real. O motor principal agora é a liquidez global, não as recompensas de bloco.
Quando a oferta de moeda (M2) se expande, a liquidez flui para ativos de risco como o Bitcoin, elevando o preço. Por outro lado, quando a liquidez aperta, o Bitcoin desacelera. Esse padrão, segundo ele, ocorreu em 2020, 2022 e 2023.
“Por isso, 2025–2026 ainda parecem favoráveis. A liquidez global volta a subir. Japão, China e os EUA estão injetando recursos, cada um à sua maneira. O Bitcoin vai absorver parte relevante desses fluxos. O BTC em 2025 não é o mesmo de 2013. Já não é apenas uma aposta cíclica puxada pelo varejo”, afirmou o analista.
Fica claro, assim, que o comportamento de mercado do Bitcoin está mudando. Embora os halvings ainda tenham peso psicológico, o impacto direto no preço parece diminuir. Os movimentos da criptomoeda agora se entrelaçam com tendências de liquidez global, participação institucional e mudanças de política macroeconômica.
Com ciclos de capital mais longos e ondas de liquidez andando com mais lentidão, o próximo pico relevante do Bitcoin — esperado por alguns para meados de 2026 — pode confirmar que a era dos ciclos previsíveis de quatro anos caminha para o fim.
