O Banco de Compensações Internacionais (BIS) anunciou nesta quarta-feira (23) total apoio ao desenvolvimento de moedas digitais de bancos centrais (CBDC). O posicionamento ocorre poucos dias depois de a mesma instituição colocar dúvidas sobre a adoção de Bitcoin em El Salvador.
Segundo o BIS, CBDCs são necessárias para modernizar as finanças e garantir que as gigantes da tecnologia não assumam o controle do dinheiro.
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A instituição não mencionou o nome de empresas específicas, mas diversas companhias entraram recentemente no mundo das finanças, como o Facebook, que avança com o WhatsApp Pay e com o projeto da criptomoeda Diem.
CBDC
O BIS tem papel ativo nas discussões sobre moedas digitais nacionais e apresentou recomendações sobre como deve ser uma moeda digital de banco central. Segundo um relatório do Banco, pelo menos 56 bancos centrais e autoridades monetárias consideram lançar moedas digitais.
“O trem saiu da estação. Não é que nos deixamos levar, estamos apenas olhando em volta”, disse à Reuters Benoit Coeure, do BIS, sobre o apoio da instituição às moedas digitais de bancos centrais.
Seguno ele, governos precisam criar CBDCs para não deixarem o dinheiro digital cada vez mais dominado por grandes empresas de tecnologia. Coeure descreveu o cenário como um risco para a perda de controle do dinheiro por países soberanos.
A CBDC da China é a mais avançada do momento no mundo. Já o Brasil também trabalha na criação do real digital e recentemente divulgou diretrizes para o desenvolvimento da tecnologia. Pouco se sabe ainda sobre a moeda, mas o BC já declarou que a ideia é oferecer suporte nativo a soluções DeFi.
Bitcoin em El Salvador
A declaração do BIS vem poucos dias após a instituição emitir um comunicado em que coloca dúvida sobre a adoção do Bitcoin como moeda legal em El Salvador, o que chama de “interessante experimento”.
O BIS, no entanto, destaca que segue considerando o Bitcoin não uma moeda, mas um ativo especulativo e que, por isso, deve passar por regulação.
“Deixamos claro no BIS que não consideramos o bitcoin como tendo passado no teste de ser um meio de pagamento. Bitcoin é um ativo especulativo e deve ser regulamentado em tal”.
A adoção do Bitcoin no país latinoamericano também foi recebido com cautela pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que disse que a iniciativa “levanta uma série de questões macroeconômicas, financeiras e jurídicas que requerem uma análise muito cuidadosa”.
O Banco Mundial seguiu pelo mesmo caminho, e negou ajuda ao país da América Central no processo de implementação do BTC.
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