A Binance facilitou pelo menos US$ 2,35 bilhões em transações de fontes ilícitas entre 2017 e 2022, de acordo com a Reuters.
A reportagem investigativa afirma que bilhões de dólares em criptomoedas provenientes de hacks, fraudes de investimento e vendas ilegais de drogas passaram pela Binance ao longo de cinco anos.
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Em um exemplo, os usuários do site russo Hydra, um mercado de drogas da darknet, processaram transações por meio da Binance totalizando US$ 780 milhões, entre 2017 e 2022.
O número total é baseado em declarações de autoridades de todo o mundo, um exame de registros judiciais e uma análise de dados de blockchain, a maioria dos quais foram fornecidos pela empresa de análise Crystal Blockchain, com sede em Amsterdã.
A Reuters também revisou as transações de clientes da Binance em sites da darknet. Os dados também incluíam criptomoedas que passaram por várias carteiras digitais antes de chegar à Binance, os fluxos “indiretos” sendo uma bandeira vermelha para lavagem de dinheiro, de acordo com a Força-Tarefa de Ação Financeira.
O artigo também citou a Chainalysis, que afirmou, em um relatório de 2020 que a Binance havia recebido fundos ilícitos no valor de US$ 770 milhões somente em 2019. No entanto, o artigo também reconheceu que a quantidade de criptomoedas de origem ilícita que passa pela Binance representava uma pequena parte dos volumes gerais de negociação da maior exchange do mundo.
Lazarus hack
O artigo apresentou um caso proeminente, quando a exchange de criptomoedas eslovaca Eterbase foi infiltrada pelo grupo de hackers norte-coreano Lazarus em setembro de 2020.
Várias horas depois de roubar US$ 5,4 milhões em criptomoedas, os hackers abriram várias contas anônimas na Binance usando apenas endereços de e-mail criptografados como identificação. então passaram a converter os fundos roubados e obscurecer sua trilha.
Essas transações foram confirmadas por registros que a Binance compartilhou com a polícia nacional da Eslováquia. Por fim, a Eterbase não conseguiu localizar e recuperar os fundos. De acordo com o cofundador da Eterbase, Robert Auxt, “a Binance não tinha ideia de quem estava movimentando dinheiro por meio de sua exchange”.
Resposta da Binance
O CEO da Binance, Changpeng Zhao, não estava disponível para comentar, mas o diretor de comunicações da Exchange, Patrick Hillmann, respondeu a perguntas escritas feitas pela Reuters.
Embora afirman que a Binance não considerou a estimativa precisa, ele se esqueceu de fornecer quaisquer números para refutar a acusação, apesar de um pedido de dados sobre os casos identificados no artigo.
De acordo com Hillmann, a Binance está construindo “a equipe forense cibernética mais sofisticada do planeta”, enquanto se esforça para “melhorar ainda mais nossa capacidade de detectar atividades ilegais de criptografia em nossa plataforma”.
Atualmente, a Binance monitora as transações e utiliza avaliações de risco para “garantir que quaisquer fundos ilegais sejam rastreados, congelados, recuperados e/ou devolvidos ao seu legítimo proprietário”, disse Hillmann.
No início de 2022, outro artigo investigativo da Reuters acusou a Binance de compartilhar dados pessoais de usuários com autoridades russas, potencialmente colocando-os em risco de represálias. A Binance respondeu com uma longa declaração, alegando que o artigo representava uma “narrativa falsa”.
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