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BC não regula IA antes de 2027, diz diretor

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Escrito e editado por
Aline Fernandes

10 setembro 2025 16:34 BRT
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  • Brasil adotará uma abordagem cautelosa para a regulação de inteligência artificial, diz diretor de regulação do BC.
  • Stablecoins serão o foco principal da regulação de ativos digitais da autoriade monetária.
  • Finance of Tomorrow foi o palco das declarações e terminou hoje.
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O Banco Central do Brasil (BC) deve adiar a implementação de regras formais sobre Inteligência Artificial (IA) no sistema financeiro. A confirmação veio de Antonio Guimarães, chefe de Regulação do Sistema Financeiro da autoridade monetária, durante o evento Finance of Tomorrow 2025.

Guimarães, revelou em entrevista exclusiva a organização do evento, que o Brasil adotará uma abordagem cautelosa para a regulação de IA, “não implementando regras formais até pelo menos 2026”.

BC quer equilíbri para IA

Segundo o chefe de regulação do BC, a prioridade é “garantir clareza jurídica com a lei em discussão no Congresso”, equilibrando inovação e estabilidade do sistema. Aliás, o Bacen pretende publicar em breve os resultados de uma pesquisa sobre uso de IA e, em 2026, realizar uma análise de impacto regulatório.

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“Nosso maior objetivo do ponto de vista do Banco Central é encontrar o equilíbrio entre fomentar a inovação, preservando também o controle de riscos e a estabilidade do sistema”, compartilhou após a conclusão da cúpula.

Estamos conversando com o mercado para entender o que estão fazendo e quais são os principais desafios que enfrentam em relação a este objetivo principal que temos de garantir que não teremos uso antiético de IA no sistema financeiro brasileiro, mas, ao mesmo tempo fomentar a inovação. Isso resultará na construção de uma regulação proporcional para o sistema financeiro. No momento, não planejamos emitir nenhuma regulação, pelo menos não até o final de 2026, adicionou Guimarães.

O diretor destacou ainda a troca de experiências com autoridades internacionais, como a britânica Financial Conduct Authority (FCA), para construir uma regulação proporcional.

“Colin Payne da FCA trouxe muitas ideias excelentes e está à nossa frente em muitas coisas, especialmente no uso de IA. Planejamos manter contato e aprender com eles e trazer essa experiência para o Brasil”, disse, sinalizando potencial colaboração regulatória entre Reino Unido e Brasil.

Stablecoins estão no foco regulatório do BC

Renato Gomes, também do BC, anunciou que o foco regulatório imediato recairá sobre as stablecoins, com novas estruturas de governança, conduta e segurança

Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, as stablecoins serão o foco principal da regulação de ativos digitais atualmente em desenvolvimento.

O framework regulatório será centrado em três pilares fundamentais: conduta, governança e supervisão de segurança.

Aliás, em agosto, o varejo movimentou US$ 5,84 bilhões em stablecoins, o maior nível já registrado. O desempenho de 2025 já supera o do ano passado. Em mercados emergentes, cresce o uso como alternativa às tarifas elevadas e à lentidão dos sistemas bancários.

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