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Bancos Centrais do Brasil e EUA mantém taxa de juros inalteradas; BTC acima de US$ 118 mil

3 Min.
Atualizado por Lucas Espindola

Resumo

  • Copom mantém a taxa Selic em 15,00% a.a.
  • Bacen vê cenário “marcado por elevada incerteza e exige cautela na condução da política monetária.”
  • FOMC opta por manutenção da taxa de juros inalterada no intervalo 4,25% a 4,50%. Bitcoin segue acima de US$ 118 mil.
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Com a segunda maior taxa de juros reais do planeta (9,64%), o Banco Central do Brasil manteve a Selic em 15% a.a.

Ambiente externo e decisão unânime

Conforme a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro (BC), o ambiente externo está mais adverso e incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos (EUA). Principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos.

Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica.

A decisão do BC foi unânime, mesmo com as expectativas de inflação para 2025 e 2026 permanecendo acima da meta — em 5,1% e 4,4%, respectivamente. Outro ponto destacado pelo Copom foi a taxa de câmbio “persistentemente mais depreciada”.

O atual cenário sobre o tarifaço imposto pelo governo Trump também foi citado em tom de preocupação pela autoridade monetária. “Além disso, segue acompanhando como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, conforme a ata.

Assim, o comitê também sinalizou que pode “antecipar uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado”

Fed opta por manutenção de juros

A decisão do BC não surpreendeu o mercado. No cenário internacional, o Federal Reserve (Fed) também optou por manter sua taxa básica de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, avalia que a manutenção da Selic está alinhada ao atual cenário inflacionário do país. O executivo projeta um horizonte mais distante para qualquer flexibilização monetária.

A decisão de hoje não surpreende. A manutenção dos juros já estava majoritariamente precificada pelo mercado. Agora, o foco está no comunicado do BC, que traz pistas importantes sobre os próximos passos, especialmente frente ao impacto potencial das novas tarifas dos Estados Unidos, como uma eventual fuga de capital, comenta.

Para Cunha, uma fuga de capital no médio e longo prazo não pode ser descartada. O mercado, por enquanto, tem reagido com moderação, mas existe espaço para maior volatilidade, o que poderia exigir uma resposta mais firme do Banco Central, acrescenta.

Sara Paixão, analista de macroeconomia da InvestSmart XP, disse que no caso do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) Federal Reserve (Fed), “a grande surpresa foi o fato de a decisão não ser consensual, dois membros votaram por uma queda de 0,25%, o que chama a atenção, em meio a crescente pressão do governo americano por uma queda imediata na taxa de juros.”

No comunicado, o FOMC reconheceu que os indicadores de atividade econômica moderaram no primeiro semestre do ano. Mas o mercado de trabalho continua sólido e a inflação elevada. O que corrobora para os juros permanecerem no patamar atual por mais tempo, explica Paixão.

O tom de cautela do FOMC reflete a incerteza dos impactos da guerra tarifária sobre a economia americana. Lembrando que as tarifas ainda não foram completamente implementadas, já que a trégua que mantém a taxa no patamar de 10% para diversos países foi postergada até o dia 01 de agosto, finaliza a analista da InvestSmart XP.

Bitcoin acima dos US$ 118 mil e mercados

Enquanto isso, o Bitcoin é vendido acima dos US$ 118 mil na manhã desta quinta-feira (31). Mesmo em queda, a maior cripto do mercado está em patamares históricos;

Matheus Spiess, da Empiricus, afirmou em relatório que, na manhã desta quinta-feira (31), os mercados globais despertaram com ânimo renovado, embalados pelos resultados surpreendentes de duas gigantes da tecnologia: Meta e Microsoft.

Ambas superaram expectativas e reforçaram a tese de que, mesmo em meio a investimentos bilionários em inteligência artificial, os lucros seguem firmes. A Meta disparou mais de 10% no after market, impulsionada por uma receita publicitária ainda robusta e projeções otimistas. Já a Microsoft subiu mais de 8%, ancorada no desempenho acelerado de sua plataforma de nuvem Azure, pontua Spiess.

Esse combo de bons resultados reforçou o apetite por risco, com os futuros das bolsas nos EUA e na Europa operando em alta.
Mas o entusiasmo ainda contrasta com a digestão da chamada “Super Quarta”: o Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,5%, sinalizou que o ciclo de cortes não começa tão cedo. Jerome Powell reforçou o mantra da cautela — citando incertezas persistentes com inflação e tarifas como justificativa. O balde de água morna serviu para reancorar expectativas, mas não dissipou as dúvidas que pairam no horizonte, concluí o analista da Empiricus.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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