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B3 revela interesse em criptomoedas e cautela de investidores

5 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Levantamento “O Brasil que Investe”, realizada pela B3 em parceria com o instituto Bridge Research detalha perfil dos brasileiros que investem.
  • A pesquisa identificou nove perfis de investidores brasileiros.
  • Investidores exclusivos de cripto tem alta tolerância ao risco
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Seis de nove perfis de investidores mapeados pela B3 tem a intenção de ter novos ativos em seus portfólios, incluindo criptomoedas. A informação foi revelada pelo levantamento inédito “O Brasil que Investe”.

Realizada pela B3 em parceria com o instituto Bridge Research, a pesquisa ouviu 2.614 brasileiros com 18 anos ou mais, de todas as regiões do país. Todos os participantes são das classes A, B e C e possuem algum tipo de investimento, tanto em renda fixa quanto em renda variável.  

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B3 identificou nove perfis de investidores

As entrevistas aconteceram entre 13 de setembro e 25 de outubro de 2023. Parte da pesquisa também realizou uma fase quantitativa com 33 entrevistas.

  • Foco em Previsibilidade (43% dos entrevistados);
  • Minha Conta É Meu Investimento (21%);
  • Portfólio Montado (16%);
  • Fundos Imobiliários (9%);
  • Sofisticado nos Investimentos (4%), Em Busca do Tesouro (3%);
  • Experimentando a Bolsa (2%); e
  • Swing Trader (1%) e Day Trader (1%).
Investidores B3 criptomoedas pesquisa
fonte: B3 e instituto Bridge Research

Foco em previsibilidade

Aqui o perfil é de investidores que possuem grande parte do seu capital e de suas operações em títulos de renda fixa. 57% dos respondentes do perfil “foco em previsibilidade” afirmaram estar abertos a novas oportunidades de investimento, mas neste grupo 9% dizem não estar disposta a alocar recursos financeiros e 34% talvez estejam dispostos

Entre os investimentos que evitariam 27% citaram as criptomoedas, seguidos por 5% em ETF. 63% dos entrevistados do nicho foco em previsibilidade também estão em busca de rentabilidade, enquanto 25% pensam em minimizar riscos.

Porfólio montado

Neste grupo – com grau considerável de diversificação de ativos – que mantém o capital em conta-corrente com aplicação automática em renda fixa, 60% das pessoas disseram por exemplo, que estão abertas a explorar novas oportunidades de investimentos. 29% declararam que talvez estejam e 11% responderam que não estão.  Aqui, 29% disseram que evitariam criptomoedas. Ou seja, mais de 70% investiriam em cripto.

Dentro do perfil “sofisticados nos investimentos”, 59% mencionam rentabilidade como o principal critério na escolha do investimento. Do total, 99% declaram que já diversificaram investimentos e 66% planejam aportes mensais. Entre todos os perfis, esse é o que tem o maior percentual de pessoas que mantém a estratégia de diversificação (77%).

Exclusivos de cripto tem alta tolerância ao risco

As principais motivações para esse perfil investir são a rentabilidade e o aumento de patrimônio e de capital.

Trata-se de um grupo focado em crescimento financeiro. A maioria prefere investir para obter resultados no médio prazo. Este traço pode indicar que essas pessoas equilibram retorno financeiro e liquidez.

Em cenários de perda ou de ganho, 41% mantêm a estratégia inicialmente adotada. Sua tolerância ao risco é de nível médio, alinhada com a preferência por equilibrar segurança e crescimento. Riscos minimizados e rentabilidade, nessa ordem, são os fatores mais importantes para o perfil.

Tesouro Direto

Investidores que aplicam pelo menos 75% do patrimônio no Tesouro Direto somam 3% da pesquisa “O Brasil que Investe”.

Uma estratégia comum dessas pessoas é acumular recursos no Tesouro Direto e em seguida investi-los em ativos diferentes. A diversificação está no horizonte da maioria dos que integram o grupo: 50% estão dispostos a investir em outras aplicações, desde que sejam consideradas seguras; 43% talvez estejam e 7% não estão, detalha o comunicado da B3.

Na sequência está o perfil “experimentando a bolsa”. O interesse por investimentos é motivado por independência financeira (26%) e pela aposentadoria (24%). Novos investimentos estão no horizonte de 54% dos investidores que formam este grupo; 33% dizem avaliar a possibilidade; 13% contam que não estão.

Os investidores “swing trades” são as pessoas que realizam, acima de tudo, operações de curto ou médio prazo. As operações de compra e venda possuem um intervalo de poucos dias ou semanas. O foco está em ganhos rápidos, apesar de evitarem operações realizadas no mesmo dia.

“Esta categoria de investidores valoriza a liquidez: 95% declaram que essa característica é importante ou muito importante. Essa percepção ajuda a explicar que 61% dos entrevistados verificam o desempenho dos investimentos diariamente, e que 27% o fazem semanalmente.”

Os outros três grupos com característica de menor diversificação de carteira são compostos por:

Day traders, que buscam retornos no mesmo dia da operação e tem, geralmente, um único produto na carteira. O grupo representa 1% do total da pesquisa “O Brasil que Investe”.

Minha conta é meu investimento: responsável por 21% dos entrevistados, o perfil é formado por pessoas que têm interesse por investimento, mas que, por si só, não é suficiente para levá-las a operar.

Fundos imobiliários: 9% dos investidores estão neste perfil que possui mais da metade do patrimônio em produtos vinculados ao mercado imobiliário. Além de aplicarem de modo assíduo em fundos imobiliários (100%), são pessoas que possuem ações (28%) e que investem em CDB (24%) e no Tesouro Direto (8%).

A pesquisa traz um novo recorte sobre os diferentes perfis de investidores no Brasil. Mais um insumo importante para o mercado trabalhar temas-chave na relação com seus clientes, como educação financeira, alocação de recursos, assessoria e consultoria financeira entre outros. O Brasil já deixou de ser há tempos, o país mono produto, só da poupança ou somente da ação, ou do investidor a longo prazo. É o país do Fundo Imobiliário, do Tesouro Direto, das ações locais e internacionais, ETF e BDR, dos produtos de captação bancária e dívida corporativa, dos ativos digitas entre outros, e dos novos investidores, aos sofisticados que diversificam aos day traders., diz Felipe Paiva, diretor de Pessoas Físicas na B3.

Quando perguntados sobre diversificação de investimentos, 77% afirma que variou, contra 23%. Destes, 38% afirmaram falta de conhecimento e experiência para não investir.

Motivações para investir segundo a B3

As motivações se concentram principalmente em desejo por mais segurança, reserva e preparação para o futuro. Segurança, reserva de emergência, geração de renda passiva e diversificação de patrimônio também motivam os investidores da maior bolsa da América do Sul.

Jovens cautelosos, mas dispostos a explorar

Ainda conforme o levantamento, 71% dos jovens com até 24 anos estão abertos a explorar novos investimentos.

Pedras no caminho

Por fim, entre os desafios citados pelos entrevistados, 57% disseram que avaliar e gerenciar riscos são desafios. 40% não sabe quando comprar ou vender ativos e 29% sofrem com a volatilidade do mercado.

Outro dado impressionante é que 24% dos respondentes têm alto grau de tolerância ao risco, enquanto 57% estão dispostos a explorar novos investimentos.

Apenas 25% declararam ter explorado ativos internacionais, por receios legais como, por exemplo, a declaração do Imposto e renda.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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