Ver mais

Atividade criminosa com criptomoedas atinge máxima histórica, diz Chainalysis

3 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • 2022 foi um dos mais tumultuados na história das criptomoedas, diz relatório da Chainalysis.
  • Atividades ilícitas com criptomoedas atingem recorde naquele ano, mas representam 0,24% das transações.
  • O volume de transações ilícitas aumentou pelo segundo ano consecutivo, atingindo o recorde histórico de US$ 20,1 bilhões. 
  • promo

Um relatório da Chainalysis mostra que o volume de atividades ilícitas envolvendo criptomoedas “atingiu as máximas históricas em meio ao aumento de designações de sanções e ações de hackers”.

O documento, que trata de tendências de crimes com criptoativos em 2023, lembra as turbulências do ano anterior, cita a quebra da FTX e da Three Arrows Capital, e o colapso dos ecossistemas Terra Luna e Celsius, que fraudaram seus clientes e diz que “o ano foi um dos mais tumultuados na história das criptomoedas”.

  • Não entendeu algum termo do universo Web3? Confira no nosso Glossário!
  • Quer se manter atualizado em tudo o que é relevante no mundo cripto? O BeInCrypto tem uma comunidade no Telegram em que você pode ler em primeira mão as notícias relevantes e conversar com outros entusiastas em criptomoedas. Confira!
  • Você também pode se juntar a nossas comunidades no Twitter (X)Instagram e Facebook.

Existem oportunidades para conectar dados off-chain sobre passivos com os on-chain para fornecer melhor visibilidade, e a transparência de todas as transações on-chain em DeFi é um padrão que todos os serviços cripto devem se esforçar para alcançar, ressalta o relatório.

Uma das vantagens dos criptoativos é que, ao contrário do mercado fiduciário tradicional, as transações podem ser monitoradas com a tecnologia da Blockchain que garante mais transparência, no entanto, a lição que fica é que a indústria cripto precisa de melhorias.

A Chainalysis esclarece que as intempéries de 2022 tornam o levantamento desde ano um pouco complicado, pois “alguns acham que essas empresas devem ser tratadas como empresas criminosas. E as estimativas são baseadas exclusivamente em inteligência on-chain – não foram considerados casos em que, por exemplo, a contabilidade off-chain pode ter sido fraudulenta”.

Além disso, a falência e os processos criminais associados a esses colapsos ainda estão em andamento, então, por enquanto, deixaremos as questões de criminalidade para o sistema legal.

Golpes cripto em alta

Apesar da desaceleração do mercado, o volume de transações ilícitas aumentou pelo segundo ano consecutivo, atingindo o recorde histórico de US$ 20,1 bilhões. Os dados não incluem crimes com criptomoedas usadas para o tráfico de drogas, por exemplo.

A Chainalysis reportou US$ 14 bilhões em atividades ilícitas em 2021 e agora esse número subiu para US$ 18 bi, principalmente devido à descoberta de novos golpes cripto.

Atividades associadas a entidades sancionadas foram responsáveis por 44% do volume de transações ilícitas de 2022, em um ano em que a OFAC lançou algumas de suas sanções cripto mais ambiciosas e difíceis de aplicar. A exchange de criptomoedas Garantex, responsável pela maior parte do volume de transações relacionadas a sanções no ano passado, é um ótimo exemplo, explica o levantamento a anual.

“A OFAC sancionou a Garantex em abril de 2022, mas como uma empresa sediada na Rússia, a exchange conseguiu continuar operando com impunidade. As transações associadas à Garantex ou a qualquer outro serviço cripto sancionado representam, no mínimo, um risco substancial de conformidade para empresas sujeitas à jurisdição dos EUA, incluindo multas e possíveis acusações criminais”.

O volume de transações relacionadas a sanções aumentou 152.844% de 2021 a 2022 – o dado não foi incluído no gráfico acima devido aos problemas de escala que isso criaria, de acordo com o relatório.

Os volumes de transações caíram em todas as outras categorias mais convencionais de crimes relacionados a criptomoedas, com exceção de fundos roubados, que aumentaram 7% ano a ano. A desaceleração do mercado pode ser uma das razões para isso.

A Chainalysis descobriu no passado que os golpes envolvendo criptoativos por exemplo, geram menos receita durante os mercados de baixa, provavelmente porque os usuários são mais pessimistas e menos propensos a acreditar nas promessas de altos retornos de um golpe em momentos em que os preços dos ativos estão caindo. Em geral, menos dinheiro em cripto geralmente tende a se correlacionar com menos dinheiro associado ao crime cripto.

A fatia de todas as atividades de criptomoedas associadas a atividades ilícitas aumentou pela primeira vez desde 2019, de 0,12% em 2021 para 0,24% em 2022.

Isso não deveria ser uma grande surpresa. Como era de se esperar, o volume total de transações caiu com o início do mercado em baixa e, como mostrado acima, o volume de transações ilícitas cresceu ligeiramente.

“Na verdade, detectamos essa tendência pela primeira vez em agosto, quando notamos que os volumes de transações legítimas estavam diminuindo mais rapidamente do que os volumes ilícitos”.

No geral, de acordo com a plataforma, as atividades ilícitas com criptomoeda continua sendo uma pequena parcela do volume geral em menos de 1%. Também vale a pena lembrar que, apesar do salto daquele ano, o crime como uma parcela de toda a atividade cripto ainda está diminuindo.

Melhores plataformas de criptomoedas | Abril de 2024

Trusted

Isenção de responsabilidade

Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.

aline.jpg
Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
READ FULL BIO
Patrocinados
Patrocinados