Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) foi alvo de um ataque hacker na madrugada de quarta-feira (28). A ofensiva comprometeu os sistemas do TJRS e permanece sem solução até a manhã desta sexta-feira (30).
A assessoria do TJRS confirmou a invasão feita por ransomware na madrugada de quarta-feira. Na manhã do mesmo dia, alguns servidores públicos já tinham relatado problema em utilizar o portal do judiciário, conforme levantado pela GZH.
A instabilidade do sistema fez a instituição suspender seus prazos de processos judiciais e administrativos, sem data prevista para o retorno até o momento. No entanto, os expedientes internos e atividades presenciais que não dependem do sistema eletrônico continuam sendo desempenhadas.
Apesar de mensagens exigindo pagamento em Bitcoins, integrantes da Justiça não acreditam que a intenção dos criminosos seja de receber ganhos econômicos com o ataque. Para eles, essa mensagem seria algo automático nesses tipos de invasões, que normalmente são feitas em empresas privadas, e não em órgãos públicos.
O ataque já dura mais de 48 horas e, até o momento, nenhuma tentativa de contato ou negociação foram feitas por parte dos hackers, como pedidos de depósitos ou outras formas de pagamento.
Qual seria a motivação do ataque?

Os membros da Justiça trabalham com outras linhas investigativas para a motivação do crime. Entre as possibilidades, estão o interesse de alguns grupos criminosos do estado em obter informações, retaliação política e demonstração de poder de grupos especializados em crimes cibernéticos.
Também chama a atenção o fato de haver audiências de membros de facções criminosas marcadas para esta semana. Entretanto, segundo os juízes do tribunal, essas audiências são rotineiras, e atrasar ou transferi-las para outros estados seria prejudicial para os acusados, que teriam dificuldades de apresentar as suas defesas.
Sem nenhuma evidência clara até o momento sobre a motivação do ataque, o caso segue sendo investigado pela equipe interna do TJ, contando com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, a Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos e de Defraudações da Polícia Civil passou a atuar no caso, com acompanhamento do Ministério Público.
Tramita no TJRS grande parte dos processos relacionados a diversas empresas acusadas de operar esquemas financeiros. Uma delas é a Unick, acusada de operar a maior pirâmide de criptomoedas no país e desviar pelo menos R$ 12 bilhões. Entretanto, por ora não há indícios de que a ofensiva ao Tribunal tenha qualquer relação com réus em ações judiciais.
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.
