As atas do Federal Reserve (Fed), divulgadas ontem (09), mostram que a maioria dos formuladores de políticas espera que cortes nas taxas de juros aconteça ainda em julho. As expectativas estão na reunião ao final do mês, marcada para o dia 30. Porém, o banco central ainda manteve a taxa de referência entre 4,25% e 4,50%.
Na reunião, os integrantes do comitê concordaram que a inflação recuou, embora ainda esteja “um pouco elevada”. Além disso, observaram que a incerteza nas projeções diminuiu, mas não foi eliminada. Para a maioria, um corte nos juros seria “provavelmente apropriado” neste ano, caso os dados econômicos confirmem a tendência de moderação da inflação.
Em meio ao debate sobre o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos, o Bitcoin (BTC) atingiu um novo recorde, chegando a US$ 112 mil nas últimas 24h. De fato, esse movimento acima de US$ 112 mil coloca o Bitcoin em território de descoberta de preço. A quebra elimina um nível de resistência chave mantido desde seu último recorde histórico em maio de 2025.
Como o mercado cripto reagiu?
Apesar do consenso parcial, houve divergências. Alguns membros do Fed se opuseram à flexibilização monetária em 2025, argumentando que a inflação continua resistente e o mercado de trabalho permanece forte. Eles destacaram que as expectativas inflacionárias de curto prazo seguem elevadas entre empresas e consumidores.
O posicionamento mais dovish do Fed contribuiu para manter o otimismo dos investidores em criptoativos. Acompanhando o crescimento do BTC, o Ethereum (ETH) teve registrou o aumento de 10%, reforçando a ligação entre as criptomoedas.
Historicamente, as taxas de juros mais baixas costumam favorecer ativos de risco, ao aumentar a liquidez e reduzir o custo de oportunidade de manter tokens que não oferecem rendimento. No entanto, os mercados ainda aguardam indicadores econômicos relevantes, especialmente o índice de preços ao consumidor (CPI) de junho, previsto para amanhã (11).
Controvérsias envolvendo Trump resvalam no Fed
Além do receio de inflação, a ata mencionou os recentes aumentos tarifários como um fator de risco. Embora a maioria dos dirigentes avalie que os efeitos serão limitados ou temporários, vários expressaram preocupação com possíveis impactos indiretos nos preços e nas projeções.
De fato, o Brasil se tornou o alvo mais recente das políticas tarifárias de Trump. Na noite passada, o presidente Donald Trump adicionou tarifas de 50% as importações brasileiras, o que alardeou o mercado e impactou o Índice Bovespa. Neste momento, a B3 registrou uma queda que varia de 700 a 800 pontos negativos ou -0,60%. Ao mesmo tempo, o dólar amanheceu em alta, beirando os R$5,60, porém, regrediu para R$ 5,56 no momento de publicação da reportagem.
Em entrevista ao BeInCrypto, o diretor de negócios do Mercado Bitcoin, Thiago Fagundes, disse não haver relação entre a alta histórica e a questão tarifária.
A tarifa imposta pelo governo americano tende a diminuir a oferta de dólares no Brasil, o que pressiona o câmbio e desvaloriza o real. Nesse cenário, o preço dos criptoativos tendem a subir na cotação em real, ainda que o preço em dólar permaneça estável, explica Fagundes.
Por ora, o banco central sinaliza abertura para uma política monetária mais flexível, embora o início da transição dependa de confirmações nos próximos dados. A reunião de 30 de julho será acompanhada de perto pelos investidores.
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