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O que o cuscuz pode nos ensinar sobre a Web3?

6 mins
Atualizado por Airí Chaves

Não, você não caiu em clickbait! Este artigo é exatamente sobre o cuscuz e a Web3. O cuscuz tem mais em comum com a Web3 do que você pode imaginar. Essa iguaria tão amada pelo mundo pode te ensinar sobre tecnologia e o futuro da internet.

Vamos entender como:

Ingredientes principais

cuscuz e web3

Para começarmos a entender a conexão entre o cuscuz e a Web3, temos que dar uma olhada nos ingredientes, afinal, eles são a parte fundamental da nossa receita e sem eles não vamos conseguir alcançar o nosso objetivo final. Os ingredientes principais da Web3 são:

  • Descentralização;
  • Onipresença;
  • Permissão;
  • Liberdade;
  • Blockchain.

Para explicar cada um dos conceitos por trás da Web3, vamos usar o cuscuz como exemplo.

Descentralização

Um dos pilares por trás da Web3 é a descentralização, o futuro da internet promete ser aberta e disponível para todos. A descentralização também é parte fundamental do cuscuz. O cuscuz é um prato com origem berbere, sendo muito consumido no Marrocos, Tunísia, Mauritânia e Argélia. Mas o cuscuz também é um prato típico brasileiro.

O prato foi, provavelmente, trazido pelos portugueses e acabou se adaptando ao gosto e estilo culinário brasileiro. Hoje, o cuscuz possui tantas identidades, ingredientes base, formas de preparo, que é difícil dizer qual país é o dono da iguaria. E essa é a mesma descentralização que a web3 quer trazer para seus usuários.

Bigtechs não serão mais detentoras do poder na internet, como também o cuscuz não possui um dono ou uma “receita correta”. Além de descentralizados, o cuscuz e a web3 também possuem como um conceito base a permissão.

Permissão

Outro conceito importante da Web3 é a permissão. A Web3 é uma internet que permite que os usuários e provedores se desenvolvam sem pedir permissão para uma organização controladora. O mesmo acontece com o cuscuz.

O cuscuz é um prato que permite uma gama muito grande de personalização, sem ofender ou “pedir permissão” para a cultura de um país ou um “especialista em cuscuz”. O prato, por si só, se desenvolveu em diferentes pratos. O cuscuz marroquino, é diferente do cuscuz da Tunísia, que é diferente dos cuscuzes brasileiros.

Aqui no Brasil, os cuscuz mais famosos são os nordestinos e paulista. Mas nem eles são uma “instituição” tradicional. Eles se desenvolveram e vão continuar se desenvolvendo sem pedir licença pra chef de cozinha nenhum. O cuscuz nordestino é comido só com manteiga, com ovo, com banana da terra, carne seca ou cuscuz com leite.

Já o paulista, leva todos os tipos de ingredientes que você imaginar. Além disso, não adianta buscar uma receita tradicional de cuscuz brasileiro. Não tem! E também não tem ninguém para dizer o que o cuscuz tem ou pode ser. Ele é livre, não precisa pedir permissão para ninguém. Ele é o que o cozinheiro quer. Assim como a Web3 é o que o usuário quer dela.

Onipresença

Outro conceito da Web3 é que ela está disponível para todos, em qualquer lugar e a qualquer hora do dia. O cuscuz, assim como a Web3, é onipresente. Ele é o tipo de refeição perfeita para qualquer hora do dia, desde o café da manhã, almoço, jantar e até larica da madrugada.

Além disso, o cuscuz é um prato que atende a todos, desde o mais pobre dos consumidores, que comem cuscuz puro, até os mais ricos, que só frequentam restaurantes do guia Michelin.

Liberdade

Assim como o conceito de permissão, a Web3 possui liberdade para ser e se transformar no que quiser, podendo ser personalizada pelos seus usuários. O mesmo acontece com o cuscuz. A base do prato é a mesma, um grão. Todo o resto é personalizável, para atender aos interesses dos usuários.

A Web3 é um software aberto, disponível e construído pela comunidade. O cuscuz também é um prato “livre”. A base dele é um grão e um líquido. Mas o grão, o líquido e a forma de preparo, além dos ingredientes adicionais, são determinados pela comunidade.

No Marrocos, a base do prato é semolina, que é hidratada com água e por fim é acrescentado um ensopado de legumes e/ou carnes com especiarias. Em algumas regiões da Tunísia, o cuscuz também é a base de semolina hidratado com água, mas os ingredientes adicionais são nozes, ervilhas e outro legumes cozidos.

Já no Brasil, os cuscuzes são feitos de formas diferentes entre o norte e sul do país. E mesmo entre uma mesma região, os pratos possuem ingredientes e formatos diferentes, como o cuscuz na região do Ceará, que possui um formato de gota e o do sul da Bahia, que possui um formato afunilado. O mesmo vai acontecer com a Web3, que será personalizada de acordo com as experiências de cada país ou até região.

Tudo é possível com a Web3!

Blockchain

Uma das grandes vantagens da blockchain é permitir o compartilhamento transparente dos dados, além de disponibilizar os dados em qualquer lugar. Além disso, ela é uma das tecnologias base da Web3. A web3 permite que os usuários acessem seus dados de qualquer lugar, de forma transparente, sem ocultar informações.

Lembra quando a sua mãe escondia brócolis no seu feijão quando você era criança? Para te obrigar a comer uma coisa que você não gostava, sem que você sentisse o gosto dela. Com a Web3, ou o cuscuz, isso não é possível.

O cuscuz possui um sabor muito suave, qualquer outro ingrediente que você tente esconder entre a semolina ou o floco de milho, vai ser percebido pelo seu paladar. Não adianta tentar esconder um pouquinho de coentro no seu cuscuz pra tentar enganar aquele seu primo chato que reclama do gosto, ele vai perceber o sabor.

Com a blockchain, a Web3 se torna uma internet transparente e confiável.

Modo de preparo

cuscuz e web3

O mundo já possui os ingredientes para construir a Web3 e transformar a internet que usamos hoje. No entanto, o modo de preparo trás desafios que fazem com que o preparo da internet do futuro seja mais lento e trabalhoso do que gostaríamos. E o mesmo acontece com o cuscuz!

Um dos principais desafios da Web3 é a adoção generalizada. A internet ainda está nos seus passos iniciais, portanto, ainda não pode ser adotada por todos os usuários. O cuscuz, apesar de ser um prato milenar, ainda não é adotado por toda a população. Ele é famoso em alguns nichos, como os países árabes e a região nordeste do Brasil, que consomem a iguaria todos os dias.

Algumas funcionalidades da Web3 são adotadas por nichos também, como os usuários de blockchain e desenvolvedores. Mas todo o resto do mundo, ainda não a conhece e não a consume.

Além disso, para que essa adoção generalizada aconteça, é necessário que os usuários possuam as ferramentas para isso. Nem todos os dispositivos são capazes de rodas as novas tecnologias que a web3 adota. Você já imaginou fazer um cuscuz sem uma cuscuzeira? Ou então sem possuir um líquido para hidratar o milho ou semolina?

Para que todo o mundo possa consumir o cuscuz, é importante que eles tenham acesso a todos os utensílios necessários para cozinhar a iguaria.

Por fim, outro desafio da Web3 são suas funcionalidades complicadas. Usuários menos avançados na internet podem achar difícil lidar com a blockchain, inteligência artificial, criptomoedas e outras funcionalidades da Web3. O mesmo acontece com o cuscuz, apesar de simples, o funcionamento de uma cuscuzeira pode confundir um cozinheiro de final de semana. Além disso, qual é a porcentagem certa de água para hidratar um cuscuz marroquino? Fazer cuscuz pode ser desafiante para algumas pessoas. E isso pode ser um dos motivos pelo qual a iguaria não é consumida em todo o mundo.

O resultado final

Enquanto o usuário médio não souber lidar com essas tecnologias, a adoção da web3 será lenta e trabalhosa. Mas assim como o cuscuz, existem diversos sites explicando diversas receitas e diferentes formas de preparo na internet. Além disso, é fácil encontrar as ferramentas e ingredientes principais para começar a se aventurar no universo do cuscuz e web3.

O importante é pesquisar e testar a receita, até que você se torne um “chef” da Web3.

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Airí Chaves
Formada em marketing pela Universidade Estácio de Sá e com um mestrado em liderança estratégica pela Unini, escreve para diversos meios do mercado de criptomoedas desde 2017. Já escreveu para diversas exchanges brasileiras, como a BitcoinTrade e outras empresas da indústria web3. Hoje usa todo o conhecimento adquirido na missão de educar e informar de forma simples sobre assuntos que não são acessíveis a todos.
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