O conceito de peer-to-peer (P2P) tem ganhado importância, tanto no âmbito tecnológico como financeiro, especialmente no contexto das criptomoedas. No entanto, o que exatamente este termo significa e de que forma opera?
Neste artigo, vamos explorar todos os aspetos do peer-to-peer (P2P), desde a sua definição até à sua aplicação prática no universo das criptomoedas.
O que é peer-to-peer (P2P)?
Peer-to-peer, abreviado como P2P, é uma expressão em inglês que pode ser traduzida como “par a par” ou “indivíduo para indivíduo“. No domínio da informática, P2P refere-se a uma estrutura de rede de computadores em que cada participante (ou “nó”) desempenha simultaneamente o papel de cliente e de servidor. Isto quer dizer que não existe uma entidade central que supervise as transações ou os recursos da rede.
No contexto financeiro, especialmente no âmbito das criptomoedas, o P2P corresponde a um tipo de transação efetuada diretamente entre usuários, sem a intervenção de intermediários. Isso possibilita a agilização das transações e concede aos usuários um maior controlo sobre as mesmas.
Como funciona uma rede peer-to-peer?

Uma rede P2P é uma estrutura descentralizada que autoriza os participantes a atuarem tanto como fornecedores quanto como consumidores de recursos. A diferença face a uma rede centralizada reside na inexistência de um servidor central que coordene as transações; em vez disso, cada transação na rede P2P é independente.
Neste modelo, cada nó (computador) na rede peer-to-peer tem a capacidade de partilhar os seus recursos, como ficheiros, dados ou serviços, com outros nós. Isso viabiliza a troca direta de informações e transações entre os participantes, sem a necessidade de um intermediário centralizado.
O P2P e o mundo das criptomoedas
O paradigma P2P alcançou proeminência com o crescimento do mercado de criptomoedas, oferecendo um modelo de transação descentralizada e desprovido de intermediários. As redes blockchain, que formam a base das criptomoedas, permitem a realização segura e transparente de transações P2P.
Por meio de plataformas P2P, os utilizadores conseguem comprar, vender e trocar ativos digitais diretamente uns com os outros. Importa, todavia, sublinhar que o P2P vai além do universo das criptomoedas, sendo aplicado em variados contextos, como partilha de ficheiros, serviços de streaming e empréstimos entre pares.
Como fazer transações numa rede peer-to-peer?
Negociar através de uma rede P2P compreende algumas etapas básicas:
- Selecione uma plataforma P2P: Pesquise e decida por uma plataforma P2P confiável e segura que permita negociações diretas entre utilizadores;
- Crie uma conta: Faça o registo na plataforma escolhida, fornecendo os dados necessários, como nome de utilizador, endereço de e-mail e palavra-passe. Dependendo da plataforma e das regulamentações em vigor, poderá ser necessário verificar a identidade;
- Decida o tipo de transação: Escolha entre comprar ou vender ativos. Algumas plataformas P2P permitem também a negociação de empréstimos e outros serviços descentralizados;
- Escolha a criptomoeda e o método de pagamento: Selecione o ativo a negociar e o método de pagamento que melhor se adapte às necessidades;
- Explore as ofertas: Veja as ofertas disponíveis na rede P2P e identifique aquelas que melhor correspondem aos requisitos. Verifique a reputação e avaliação dos utilizadores com quem se pretende negociar a fim de assegurar uma transação segura;
- Inicie a negociação: Ao encontrar com uma oferta adequada, inicie a negociação com o outro utilizador. Discuta os pormenores da transação, incluindo a quantidade de ativos envolvida.
Diferença entre P2P e plataforma de negociação

A principal diferença entre P2P e uma plataforma de negociação está na forma como as transações se concretizam e na estrutura da plataforma. No cenário do P2P, as transações ocorrem de forma direta entre usuários, dispensando a intermediação de um terceiro.
Por outro lado, as plataformas de negociação são sistemas centralizados que desempenham um papel intermediário na compra e venda de criptoativos. Nestas corretoras (exchanges), os usuários depositam fundos e realizam transações dentro da plataforma, utilizando a interface fornecida pela empresa gestora.
Variantes do P2P
Existem duas variantes principais de redes P2P: redes estruturadas e redes não estruturadas.
As redes estruturadas dispõem os nós de forma lógica e organizada, seguindo um esquema específico. As principais redes deste tipo empregam algoritmos para mapear e distribuir os dados pelos nós da rede, possibilitando a localização eficaz de recursos.
Por sua vez, as redes não estruturadas carecem de uma estrutura predefinida ou organização lógica dos nós. Nestes casos, cada nó liga-se a outros nós de forma aleatória ou com base em critérios específicos.
Vantagens e desvantagens do P2P
Como em qualquer tecnologia, o P2P apresenta vantagens e desvantagens. Vamos examiná-las:
Benefícios do P2P
- Descentralização: As redes P2P não dependem de um servidor central, o que as torna menos vulneráveis a falhas e censura. A ausência de uma autoridade central confere maior autonomia e liberdade aos participantes;
- Escalabilidade: Ao distribuir a carga entre os nós participantes, as redes P2P podem ser altamente escaláveis. A capacidade de processamento e armazenamento de dados aumenta à medida que mais nós se juntam à rede;
- Eficiência na partilha: Nas redes P2P orientadas para partilha de ficheiros, como torrents, os participantes podem partilhar conteúdo diretamente uns com os outros, otimizando a largura de banda e os recursos disponíveis nas respetivas conexões individuais;
- Resistência à censura: Devido à natureza distribuída e descentralizada, terceiros enfrentam maiores dificuldades em controlar ou censurar o fluxo de informações, conferindo a estas redes maior resistência a tentativas de bloqueio ou restrição.
Desvantagens do P2P
- Segurança: Em algumas redes P2P, é mais complexo garantir a segurança dos participantes e dos dados partilhados. A ausência de uma autoridade central pode abrir margem para atividades maliciosas, como disseminação de malware ou partilha ilegal de conteúdo protegido por direitos de autor;
- Eficiência: Nem todas as redes P2P são igualmente eficazes em termos de latência, velocidade de transferência e consumo de recursos. Nas redes não estruturadas, a busca por recursos pode ser mais demorada e ineficiente;
- Gestão de recursos: Em redes P2P, podem surgir desafios em controlar e otimizar a utilização dos recursos. Sem uma autoridade central, é complexo assegurar uma distribuição equitativa e justa dos recursos entre os participantes;
- Qualidade: A qualidade das conexões e dos dados pode variar consoante os nós envolvidos. Nem todos os participantes apresentam o mesmo desempenho ou fiabilidade, o que pode afetar a experiência global do utilizador.
Segurança
Ao optar por transações P2P, é crucial adotar precauções de segurança, como verificar a reputação do usuário, empregar meios de pagamento seguros e estar ciente dos riscos associados às transações P2P.
Além disso, é recomendável iniciar com quantias reduzidas para testar a confiabilidade do vendedor, aumentando gradualmente o valor das transações. Desconfie de ofertas que pareçam muito vantajosas para ser verdade e evite partilhar informações pessoais desnecessárias.
Vale a pena fazer transações peer-to-peer?
O sistema peer-to-peer (P2P) conferiu uma nova perspetiva às transações financeiras, especialmente no universo das criptomoedas. Ao permitir transações diretas entre usuários, o P2P oferece uma alternativa descentralizada e transparente ao modelo convencional de intermediação financeira.
Contudo, tal como acontece com qualquer tecnologia, o P2P possui vantagens e desvantagens. É importante compreender o seu funcionamento e os riscos associados antes de efetuar transações P2P. Com a devida cautela e precaução, o P2P pode revelar-se uma ferramenta poderosa para a negociação de criptomoedas e outras transações digitais.
Perguntas frequentes
Quais são as principais características das redes P2P?
O que é P2P em criptomoedas?
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