A América Latina está superando a Europa em relação aos pagamentos digitais, principalmente na adoção de tecnologias que permitem realizar cobranças diretamente por smartphones.
Essa é a principal conclusão do relatório “Aceitação de pagamentos em comércios”, da Nuek, empresa de tecnologia especializada em infraestrutura de pagamentos da Minsait, braço de tecnologia do Indra Group, elaborado em parceria com a AFI (Analistas Financeiros Internacionais). O estudo ouviu mais de 5.200 consumidores bancarizados de 13 países — entre eles Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Uruguai, Espanha, Itália, Portugal e Reino Unido.
Além disso, a pesquisa revela o rápido avanço do uso da tecnologia SoftPOS, que transforma smartphones e tablets em terminais de pagamento, além do fortalecimento dos modelos de assinatura como nova fonte de receita para o varejo.
SponsoredO relatório ainda aponta que 62% dos consumidores bancarizados da América Latina já pagaram em estabelecimentos que utilizam soluções móveis, enquanto na Europa esse índice é de 41%. O dado evidencia o papel de liderança da região na busca por soluções mais acessíveis e eficientes, sobretudo entre micro e pequenos empreendedores.
“Durante décadas, a aceitação de pagamentos digitais esteve presa a um modelo físico e custoso. A chegada do SoftPOS representa uma mudança de paradigma: o celular passa a ser o próprio terminal, o comércio ganha agilidade e os custos diminuem drasticamente”, afirma Javier Rey, diretor executivo da Nuek. “Essa transformação democratiza o acesso à digitalização, permitindo que pequenos negócios se tornem parte da nova economia digital”, ressalta o executivo.
Pagamentos por assinatura lidera entre os jovens latinos
O relatório também mostra o avanço dos pagamentos digitais por assinatura na América Latina, tendência impulsionada principalmente pelos consumidores mais jovens. Na região, 58% dos usuários entre 18 e 34 anos apontam a rapidez e a conveniência como fatores determinantes para aderir a esse modelo. Já na Europa, a adesão é menor, reflexo de uma população mais envelhecida e da oferta limitada de serviços recorrentes. No Brasil, o cartão de crédito é o meio de pagamento mais utilizado, inclusive entre consumidores acima de 54 anos, o que reforça a maturidade do país na chamada “economia da recorrência”.
“Os jovens estão redefinindo suas relações financeiras e transformando o modo de consumir. A economia da recorrência, antes restrita a grandes plataformas, começa a se expandir para o comércio local”, comenta Rey. “O desafio agora é garantir soluções seguras, ágeis e intuitivas desde o primeiro contato com o cliente.”
E-commerce estrangeiro perde espaço
Outro ponto relevante é o baixo desempenho do e-commerce internacional, afetado por custos elevados, insegurança e falta de integração entre diferentes sistemas de pagamento. Embora o comércio eletrônico latino-americano tenha crescido 70% desde 2017, apenas 16% das vendas correspondem a transações internacionais. Mais de 70% dos consumidores da região afirmam já ter enfrentado algum tipo de problema ao comprar em sites estrangeiros — contra 50% dos europeus.
“A integração entre plataformas e a transparência nas taxas de câmbio são cruciais para liberar o potencial do comércio digital global. Acreditamos que a interoperabilidade tecnológica é o caminho para experiências de pagamento globais, seguras e sem atritos”, conclui Rey.
