O Upland é um game baseado em web3 que permite que jogadores comprem e administrem terrenos no metaverso. Além disso, ele possui várias atividades que mesclam interações virtuais com esportes.
O game está expandindo para a América Latina e, há pouco tempo, inaugurou novos terrenos em sua versão virtual de São Paulo.
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O Country Lead do Upland no Brasil, Ney Neto, acredita que essa expansão é natural para empresas do setor de web3. Ele conversou com o BeInCrypto sobre esse assunto.
- Como sua carreira começou e como você se envolveu com web3?
Eu comecei a carreira no mercado de marketing de eventos, especialmente corporativos e musicais. Como eu também sou músico, comecei com festivais e entretenimento, antes de parar no setor de eventos.
Por exemplo, eu fui diretor de inovação da Campus Party e trabalhei muitos anos com workshops de blockchain e hackathons lá dentro. Um dos nossos clientes, americano, era evangelista da tecnologia.
Ou seja, eu comecei a estudar blockchain muito cedo, desde cerca de 2015. Eu já fazia algumas transações via blockchain e, na própria Campus Party, nós pegamos a hype do Bitcoin.
Portanto, o meu envolvimento com esse mundo se deve principalmente ao evento.
Só que, aí, quando chegou a pandemia, todos os eventos precisaram se tornar online. E, nessa época, nós organizamos um evento chamado Blockchain Games Festival, que foi quando eu conheci os fundadores do Upland.
Pouco depois, o game desenvolveu um plano para expandir para o Brasil, uma vez que a base de jogadores do país estava crescendo. Foi nesse momento que eles me convidaram a entrar na equipe.
- Muitas empresas cripto estão expandindo para a América Latina. O que é atrativo nesse mercado?
Para nós, o caminho foi o oposto. O Brasil descobriu o Upland antes de o Upland descobrir o Brasil. Foi algo muito orgânico: nós olhamos os números e o país era o sétimo em quantidade de contas.
E isso chamou a atenção, porque a proposta do app é algo que o brasileiro gosta. Nós crescemos jogando Banco Imobiliário e, como o Upland parece com isso, a aproximação oi natural.
Já a América Latina em si é importante para todo mundo que trabalha com web3. Não só em games como também em exchanges. Muitas empresas têm planos de expansão para a América Latina porque os países têm a economia mais instável.
Portanto criptoativos se tornam uma alternativa natural.
Na Argentina, por exemplo, a inflação é tão grande que muita gente parou de usar as coisas com cartão de crédito em função de cripto. Muitas pessoas querem em BTC, por exemplo, e armazenar em uma carteira web3.
A mesma coisa acontece nas Filipinas, no Vietnã. Nessas regiões, criptomoedas são uma alternativa econômica.
Nós sabemos que o brasileiro não vai gastar a mesma coisa que um europeu ou um americano dentro do game, mas a taxa média de investimento, o topo do funil, é muito largo.
Há muita gente entrando no Upland, mesmo que eu tenha uma média menor de investimento.
- Games com o modelo de venda de terrenos não são novidade no mercado. Qual o grande diferencial do Upland?
Em primeiro lugar, o token do Upland, o UPX, não é registrado em exchanges. Na prática, ele funciona como se fosse uma moeda de game normal. Ou seja, você não pode comprar ele e mandar para sua carteira, que é o que ocorre em games como o Axie Infinity ou Decentraland. É um token que só existe dentro do Upland.
E isso nos dá um diferencial porque elimina a volatilidade inerente no mercado cripto. A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), por exemplo, listou uma série de tokens que considera valores mobiliários e isso trouxe um grande problema para algumas plataformas.
Mas, no nosso caso, nós somos um cripto ativo, mas não uma criptomoeda. Além disso, nós temos um recurso que permite vender ativos dentro do game que é totalmente de acordo com a legislação americana. E, a hora que você quiser converter esses valores em dinheiro, você recebe diretamente na sua conta do PayPal.
Além disso, em games semelhantes ao Upland, se você quiser comprar terrenos, precisa desembolsar US$ 1.000 ou até mais. A nossa proposta, entretanto, é oferecer por valores baixos, como US$ 2. Ou seja, é um metaverso muito mais atrativo para começar.
- Como surgiu a parceria com a Stock Car?
O Upland já tinha dentro de si um minigame de corrida. Os jogadores têm seus carros e seus pilotos. É uma mecânica, aliás, desenvolvida pela equipe do Brasil usando inteligência artificial (IA).
E esse minigame é um dos recursos mais populares do Upland, mas faltava um espelhamento com o mundo real. Por mais que nós gostássemos dele, nós queríamos fazer igual fizemos com a FIFA e com a NFL, que é aproximar o esporte dentro do metaverso com o mundo real.
Agora, os jogadores podem ter os mesmos carros das equipes de Stock Car. Você pode escolher uma equipe, um macacão, um capacete e treinar seu piloto.
As corridas dentro do Upland ocorrem ao mesmo tempo que as de Stock Car e os jogadores podem competir com pessoas como Rubens Barichello, com o Felipe Massa.
E a Stock Car, quando viu o nosso projeto, decidiu abraçar. É como eles querem se posicionar: como a vanguarda que lida com a inovação do automobilismo.
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