Confiável

Alta no endividamento limita acesso do brasileiro em criptoativos

2 Min.
Atualizado por Lucas Espindola

Resumo

  • Endividamento atinge 77% das famílias brasileiras, dificultando investimentos em criptoativos mesmo com a alta do Bitcoin.
  • Maioria recorre a empréstimos pessoais para reorganizar dívidas, com destaque para famílias de baixa renda.
  • Apenas 4% dos brasileiros que poupam investem em cripto, refletindo o impacto do cenário econômico no acesso ao setor.
  • promo

O Brasil segue entre os países com maior índice de endividamento, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Em abril, o comprometimento com dívidas atingiu 77% das famílias. Isso levanta dúvidas sobre a capacidade de parte da população de investir em criptoativos, especialmente em um momento de valorização do Bitcoin (BTC).

O levantamento, feito pela divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que a inadimplência aumentou, passando de 28% em março para 29% em abril. Além disso, 12% das famílias afirmaram não ter condições de quitar as dívidas em atraso.

A CNC aponta que, atualmente, cerca de 30% da renda mensal dos brasileiros é destinada ao pagamento de dívidas. Nestes casos, o cartão de crédito sendo o principal responsável pelo endividamento, presente em quase 84% dos casos.

O crédito é usado para emergências e pagamento de dívidas

Outro estudo, conduzido pelo Instituto Locomotiva a pedido da 99Pay, revelou que 75% dos entrevistados contrataram algum tipo de financiamento nos últimos 12 meses, sendo que 53% recorreram a essa modalidade mais de uma vez.

Entre os produtos de crédito, o empréstimo pessoal foi o mais utilizado, com os entrevistados apontando as parcelas fixas e as taxas mais previsíveis como vantagens. Para 53%, essa opção serviu para reorganizar o orçamento doméstico diante de situações emergenciais.

No entanto, 31% disseram que utilizaram o crédito para quitar dívidas já existentes, evidenciando um ciclo de endividamento recorrente. Porém, a situação é ainda mais crítica entre as famílias com renda de até três salários mínimos: 81,1% estão endividadas e 37% enfrentam contas em atraso.

Disparidade de gênero também afeta o mercado cripto

Os dados da Peic e do levantamento da 99Pay indicam diferenças entre homens e mulheres. Em abril, 78% dos homens estavam endividados, ante 77% das mulheres.

Apesar da leve diferença, o impacto da inadimplência e da ausência de reservas financeiras foi mais severo entre o público feminino: 76% das mulheres afirmaram não ter poupança, contra 70% dos homens. A contratação de empréstimos pessoais também seguiu essa tendência, com 76% delas e 73% deles utilizando essa forma de crédito.

Como o endividamento prejudica acesso ao mercado cripto?

Enquanto o mercado acompanha a valorização do Bitcoin, que registra patamares recordes, a população brasileira pode ficar à margem dessa fase de expansão. Segundo projeções da CNC, o endividamento deve seguir em alta ao longo de 2025, limitando a capacidade de investimento de grande parte dos brasileiros.

De acordo com o Raio-X do Investidor, apenas 4% das pessoas que conseguem poupar alguma quantia direcionam recursos para moedas digitais. De fato, isso ajuda a evidenciar a baixa penetração do mercado cripto entre os pequenos investidores em meio ao atual cenário de instabilidade econômica.

Inclusive, esse cenário promete ficar ainda mais controverso após o anúncio de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros pelos EUA. Mesmo que o impacto econômico seja restrito ao país de Donald Trump, se o governo brasileiro abrir um front de disputa, alavancando uma guerra comercial, a inflação pode aumentar no lado de cá. Esse processo elevaria ainda mais os preços de setores essências, como alimentação, comprometendo a restrita fatia mensal da renda do brasileiro.

Melhores plataformas de criptomoedas
Melhores plataformas de criptomoedas
Melhores plataformas de criptomoedas

Isenção de responsabilidade

Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.

renan.honorato.png
Renan Honorato
Jornalista por paixão, exerce a profissão com seriedade. Cobre temas relacionados à economia criativa, Web 3.0 e geopolítica. Trabalhou na redação do Meio & Mensagem e colabora para o UOL. Almeja um mestrado em relações internacionais na USP, além de atuar como parceiro da Oboré na comunicação da Praça Memorial Vladimir Herzog. Sugestões de pauta são sempre bem-vindas.
LER BIO COMPLETA
Patrocionado
Patrocionado