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Alta do Bitcoin (BTC) é boa, mas exige atenção, dizem especialistas brasileiros

3 mins
Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Especialistas brasileiros acreditam que a alta do bitcoin está só começando.
  • Eles lembram que a criptomoeda já passou por fases semelhantes duas vezes.
  • Manipulação do mercado é um dos fatores da instabilidade recente do preço.
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A recente alta do Bitcoin, ocorrida no último domingo (25) foi um motivo de alegria para muitos investidores que esperavam ansiosos pelo fim da fase de baixa. Ainda assim, especialistas brasileiros acreditam que ela deve ser encarada com cuidado e alertam para eventuais manipulações do mercado.

Desde sua queda histórica, no dia 19 de maio, o Bitcoin nunca mais retornou ao nível de US$ 61.000. Pelo contrário, o valor da criptomoeda foi caindo com o tempo. As perdas chegaram a 55%, com a criptomoeda tocando o suporte de US$ 30.000 e, por alguns instantes, sendo negociado abaixo desse valor.

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Entretanto, o preço do Bitcoin rebateu e subiu 11% no domingo. Os fatores que levaram a isto, entretanto, começaram pouco tempo antes, aponta o executivo de Novos Negócios no Mercado Bitcoin, Bruno Milanello:

“A recente alta do bitcoin teve início com o evento denominado The B Word, onde a CEO da Ark Invest, Cathie Wood, o CEO do Twitter e da Square, Jack Dorsey e o CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk, debateram o futuro das criptomoedas com visões bastante otimistas. Tivemos ainda o fim das restrições de negociações do Grayscale Bitcoin Trust, onde possivelmente investidores puderam negociar suas cotas, causando pressão no mercado a vista. Adicionalmente, US$ 1 bilhão em opções de bitcoin venceram, eliminando duas variáveis de risco da frente dos investidores.”

O The B Word citado por Milanello ocorreu na quarta-feira (21) da semana passada. O mercado reagiu às declarações de Musk e Dorsey e fez com que o preço do Bitcoin saltasse de US$ 29.800 para US$ 32.100. No início de domingo, a criptomoeda era negociada a US$ 34.300. Os dados são do Coinmarketcap.

A partir das 20h daquele dia, entretanto, o Bitcoin teve uma alta súbita e expressiva, passando a US$ 38.062. Desde então, ele tem flutuado em torno deste preço, e chegou a testar a resistência de US$ 40.000 algumas vezes, porém sem sucesso. No momento da publicação deste artigo, o valor do BTC era de US$ 39.752.

O otimismo do mercado também pode ser visto nas crescentes integrações do mundo cripto com as moedas fiduciárias. Isto se revela, normalmente, quando as criptomoedas ganham usos além de reserva de valor.

Um exemplo disso, lembra o Country Manager da Satoshi Tango, Guilherme Quintino, é a Dogecoin passar a ser aceita como forma de pagamento no Burger King. “Quanto mais você dá respaldo e mais dá usabilidade às moedas, mais você dá segurança e validação ao mercado de que o digital como um todo acaba subindo, uma vez que as pessoas passam a confiar mais no futuro”, aponta.

Outro fator que influenciou nesta alta foi a possibilidade de a Amazon passar a aceitar o pagamento em criptomoedas até o final de 2021. Entretanto, esta história se revelou apenas um rumor.

Luiz Tavares, do projeto DeFi brasileiro BitBlocks, acrescenta:

“Essa alta do BTC está relacionada ao esgotamento da força vendedora e uma migração das altcoins para o Bitcoin. Para quem se arrisca no trade é preciso cautela, pois podemos ver uma correção de preços em breve. Mas acredito que o BTC deva testar níveis como os 42K em breve, para quem é HOLD apenas fique tranquilo, os fundamentos sempre prevalecem”.

Manipulação do mercado de BTC

A presença de Elon Musk na retomada do Bitcoin não é surpresa. O CEO da Tesla já foi responsável por uma das fases de crescimento do BTC, quando anunciou que sua empresa aceitaria a criptomoeda como forma de pagamento, e sua queda posterior, quando mudou de ideia.

A volatilidade do BTC, em grande parte, ocorre devido à facilidade com que baleias – grandes acumuladores de criptomoeda – podem manipular o mercado. O movimento de alta, aliás, já era esperado por pessoas ligadas ao mercado:

“Noś conversamos com uma baleia em junho e ela nos disse que este movimento [de alta] iria acontecer. A diferença é que ele previu isto para setembro”, afirma o CEO da UniWeeks, Anderson Lima.

Lima lembra que o Bitcoin já passou por movimentos similares de quedas profundas seguidas por crescimento recorde duas vezes antes. Há quem acredite, aliás, que a queda atual é indício de que a criptomoeda ultrapasse US$ 100.000 em agosto de 2021.

Para Lima, a queda atual foi derivada de um movimento de manipulação. “Nos últimos três meses, as baleias começaram a vender suas posições e as sardinhas se assustaram e venderam também. Com a queda no preço, as baleias voltaram a comprar na baixa”.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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