O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu oficialmente hoje (19) a presidência do G20 para Cyril Ramaphosa, líder da África do Sul.
Ramaphosa assumiu o compromisso de avançar em pautas prioritárias, como o combate à desigualdade social, à fome e à pobreza, além de promover ações sustentáveis contra a crise climática e discutir a reforma da governança global do grupo.
África do Sul presidirá pela 1ª vez o G20
Pela primeira vez, o continente africano será palco do encontro do G20, grupo que reúne as maiores economias globais, incluindo 19 países, a União Europeia e, recentemente, a União Africana. Este será o quarto ano consecutivo em que nações em desenvolvimento lideram o bloco, após Indonésia, Índia e Brasil. O presidente Lula destacou a importância dessa representatividade, afirmando que “esses países trazem visões relevantes para a maioria da população mundial”.
Esta não é uma transmissão de presidência comum. É a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África. Desejo ao companheiro Cyril Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar, disse Lula.
O chefe de Estado brasileiro fez um balanço das mais de 140 reuniões do G20 que aconteceram durante o ano em 15 cidades brasileiras. Ressaltou o legado do comando do Brasil à frente do grupo e destacou os desafios a enfrentar.
Lançamos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciamos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos. Colocamos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovamos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia. Fizemos um Chamado à Ação por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e dialogamos com a sociedade por meio do G20 Social
Líderes do G20 assinam declaração em consenso
A Declaração Final do G20 foi, foi publicada em consenso pelos líderes na noite de segunda-feira (18).
Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar, completou.
Vale lembrar que o G20 é responsável por 80% das emissões de gases do efeito estufa. Pela primeira vez, o grupo reuniu ministros de Finanças, Meio Ambiente e Clima, Relações Exteriores e presidentes de Bancos Centrais para discutir como enfrentar o desafio climático. O Brasil assumiu, aliás, uma meta ambiciosa de reduzir as emissões entre 59% e 67% até 2035.
Já temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com 90% da eletricidade proveniente de fontes renováveis”, lembrou o presidente do Brasil.
Presidência brasileira do G20 promete acabar com desmatamento em cinco anos
Segundo Lula, a maior parte da redução das emissões brasileiras virá da queda no desmatamento, que, aliás, diminuiu 45% nos últimos dois anos. Além disso, ele prometeu erradicar o desmatamento até 2030. Por fim, outros compromissos assumidos pelo grupo incluem: triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030 e estabelecer uma força-tarefa sobre a governança da inteligência artificial no G20.
“Depois da presidência sul-africana, todos os países do G20 terão exercido, pelo menos uma vez, a liderança do grupo. Será uma oportunidade para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. É com essa esperança que passo o martelo da presidência do G20 para o presidente Ramaphosa”, apontou Lula, que lembrou as palavras de outro grande sul-africano, Nelson Mandela: “É fácil demolir e destruir; os heróis são aqueles que constroem.”
Sem menções à economia digital, moedas digitais ou stablecoins, o tema sobre economia tokenizada ficou de fora desta edição.
“Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, completou Lula ao final do discurso..
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