A pandemia parece ter sido determinante para uma adoção maior dos criptoativos. Pelo menos é o que mostram os dados e números de um levantamento feito pelo blog do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O valor total de mercado cripto do mundo aumentou 20 vezes em apenas um ano e meio, para US$ 3 trilhões em dezembro de 2021. Em seguida, caiu para menos de US$ 1 trilhão em junho deste ano, à medida que as taxas de juros dos bancos centrais aumentam para conter a inflação, o acesso a empréstimos baratos ficou mais difícil, explica o fundo.
- Não entendeu algum termo do universo Web3? Confira no nosso Glossário!
- Quer se manter atualizado em tudo o que é relevante no mundo cripto? O BeInCrypto tem uma comunidade no Telegram em que você pode ler em primeira mão as notícias relevantes e conversar com outros entusiastas em criptomoedas. Confira!
- Você também pode se juntar a nossas comunidades no Twitter (X), Instagram e Facebook.
Durante a pandemia, a Ásia foi uma das regiões que mais viram o volume de negociações cripto aumentar junto com mercado acionário tradicional. Os principais adotantes incluem investidores individuais e institucionais da Índia ao Vietnã e Tailândia, de acordo com o FMI que destaca a importância de integrar os criptoativos ao sistema financeiro asiático.
Nações de todo globo sofreram consequências econômicas e ainda estão longe de recuperar os níveis pré- pandemia, que acabou se agravando com a guerra Rússia Ucrânia e já dura seis meses. O conflito parece longe do fim, dificultando ainda mais a recuperação mundial.
O FMI diz que antes da pandemia, as criptomoedas pareciam isoladas do sistema financeiro. Bitcoin e outros ativos mostravam pouca correlação com os mercados de ações asiáticos, mas o comércio de criptomoedas, no entanto, disparou quando milhões ficaram em casa e receberam ajuda do governo, enquanto baixas taxas de juros e condições de financiamentos fáceis também desempenharam um papel importante no aumento da adoção cripto.
Os investidores também podem criar uma aversão aos criptoativos após grandes perdas, causando mais volatilidade no mercado acionário na tentativa de reequilibrar portfólios, alerta o fundo.
“À medida que os investidores asiáticos se acumulavam em criptomoedas, a correlação entre o desempenho dos mercados de ações da região e ativos de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum aumentou. Embora as correlações de retorno e volatilidade entre o Bitcoin e os mercados de ações asiáticos fossem baixas antes da pandemia, elas aumentaram significativamente desde 2020”.
O texto exemplifica com as correlações de retorno entre o Bitcoin (BTC) e o mercado acionário indiano, que “aumentaram 10 vezes durante a pandemia, sugerindo benefícios limitados de diversificação de risco das criptomoedas. As correlações de volatilidade aumentaram 3 vezes, sugerindo possíveis repercussões do sentimento de risco entre os mercados de criptomoedas e ações”.
Para o FMI, o crescimento de exchanges e plataformas de negociações cripto também impulsionaram a adoção de criptomoedas por investidores institucionais e de varejo na Ásia, muitos dos quais têm posições nos mercados de ações e agora, criptomoedas, o que indica uma crescente interconexão entre as duas classes de ativos que permite a transmissão de choques que podem impactar os mercados financeiros.
Índia, Vietnã e Tailândia são as nações que mais tem adotado os criptoativos. A China, segunda maior economia do globo, não aparece na lista porque proibiu a mineração no país e qualquer tipo de negociação desse mercado por ser descentralizado e o governo não poder controlar. Hoje o gigante asiático tem o Yuan Digital, CDBC 100% controlada pelas autoridades do país.
Com o aumento da adoção cripto, é inevitável que as autoridades asiáticas se preocupem com questões legais, e intensifiquem o foco para regulamentar os criptoativos. Índia, Vietnã e Tailândia já deram os primeiros passos para avançar na legalização e criar mecanismos regulatórios para garantir mais proteção ao mercado.
Como todo ecossistema Web3 ainda é nascente, autoridades, usuários, empresas e toda cadeia ainda estão entendendo como tudo funciona para e a relação com o setor financeiro tradicional.
Ásia se adapta às criptomoedas
As estruturas regulatórias para criptomoedas na Ásia devem ser adaptadas aos principais usos desses ativos nos países. Devem estabelecer orientações claras sobre as instituições financeiras regulamentadas e procurar informar e proteger os pequenos investidores. Por fim, para ser totalmente eficaz, a regulamentação de criptomoedas deve ser estreitamente coordenada entre as jurisdições, concluí o FMI.
Mas nem tudo são flores, já que o texto também explica que apesar da inclusão financeira, as criptomoedas podem representar riscos à estabilidade financeira. Vamos lembrar aqui que os criptoativos são voláteis como outros do mercado fiat e, portanto, estão sujeitos a oscilações mercadológicas.
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.