Empresas e instituições do setor financeiro tradicional (TradFi) estão acelerando a entrada no mercado cripto com investimentos expressivos em Bitcoin (BTC), impulsionando sua adoção como reserva de valor.
Inspiradas por Michael Saylor, da Strategy, companhias em regiões como Brasil, Oriente Médio e Ásia têm incorporado o BTC em seus balanços patrimoniais.
Do Brasil ao Oriente Médio
Ontem (15), a fintech brasileira Méliuz tornou-se a primeira empresa do país a integrar Bitcoin ao seu tesouro corporativo.
“Dia histórico! Nossos acionistas aprovaram, por ampla maioria, a transformação da Méliuz na primeira Bitcoin Treasury Company listada no Brasil”, disse o CEO e fundador da Méliuz, Israel Salmen, em publicação no X.
A empresa adquiriu 274,52 BTC por US$ 28,4 milhões, atingindo um rendimento de 600% com o ativo. O preço médio de compra foi de US$ 103.604. No dia 6 de março, a Méliuz já havia comprado Bitcoin: 45,72 BTCs por US$ 4,1 milhões, a um preço de US$ 90.296 por unidade. Atualmente, a empresa possui 320,2 BTC, avaliados em US$ 33,3 milhões com base nas cotações de mercado.
No Oriente Médio, a Al Abraaj Restaurants Group, listada no Bahrein, também adotou o Bitcoin como ativo de reserva. Com a compra de 5 BTC, tornou-se a primeira companhia da região a seguir essa estratégia.
Em comunicado oficial, a empresa revelou uma parceria com a gestora norte-americana 10X Capital para se tornar a “MicroStrategy do Oriente Médio”. O plano inclui levantar capital adicional para expandir as aquisições e elevar o novo KPI de Bitcoin por ação.
“Nossa iniciativa de nos tornarmos uma Bitcoin Treasury Company reflete nossa abordagem visionária e dedicação em maximizar o valor para os acionistas. Acreditamos que o Bitcoin desempenhará um papel crucial no futuro das finanças, e estamos entusiasmados em estar na vanguarda dessa transformação no Reino do Bahrein”, afirmou Abdulla Isa, presidente do Comitê de Tesouraria de Bitcoin da Al Abraaj, em declaração.
Ainda na região, o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, aumentou sua exposição ao iShares Bitcoin Trust ETF (IBIT) no primeiro trimestre de 2025. Segundo documento 13F entregue à SEC, o fundo passou a deter 8,7 milhões de ações do ETF da BlackRock, ante 8,2 milhões no trimestre anterior.
A Coinsilium Group Limited, empresa de capital de risco com sede em Londres, captou US$ 1,6 milhão (cerca de £1,25 milhão) para ampliar as operações da subsidiária Forza (Gibraltar) Limited, voltada à gestão de tesouraria com Bitcoin.
“Coinsilium Group Limited (AQUIS:COIN, OTCQB:CINGF), o investidor, consultor e construtor de empreendimentos Web3, tem o prazer de anunciar que levantou GBP 1,25 milhão bruto por meio de uma colocação liderada por corretor de 41.666.657 novas ações ordinárias sem valor nominal (“Ações Ordinárias”) a um preço de 3 pence por ação (a “Colocação”). A colocação foi oversubscrita”, informou o comunicado de imprensa.
No Japão, a empresa Remixpoint, especializada em sistemas de gestão de energia, investiu US$ 3,4 milhões na aquisição de 32,83 BTC em 13 de maio, elevando seu total para 648,82 BTC. O movimento reforça o posicionamento da empresa no uso do Bitcoin como reserva de valor.
Segundo o BeInCrypto, uma empresa chinesa também avalia a compra de até 8 mil BTC de investidores de grande porte, embora ainda não haja acordo vinculativo formalizado.
Adoção do Bitcoin avança nos EUA
Empresas norte-americanas também intensificam suas estratégias envolvendo o BTC. A DDC Enterprise, plataforma de e-commerce transfronteiriço, anunciou a meta de acumular 5 mil BTC em até 36 meses.
Norma Chu, fundadora e CEO da empresa, afirmou que a decisão faz parte de uma estratégia de geração de valor a longo prazo.
“As propriedades únicas do Bitcoin como reserva de valor e proteção contra incertezas macroeconômicas se alinham perfeitamente com nossa visão de diversificar reservas e aumentar os retornos dos acionistas”, comentou Chu em declaração.
No fim de abril, as empresas Cantor Fitzgerald, SoftBank, Tether e Bitfinex uniram forças para lançar o veículo de investimento 21 Capital. Em 13 de maio, a nova companhia adquiriu 4.812 BTC, ao custo de US$ 458,7 milhões.
Além do Bitcoin, outras criptomoedas também começam a despertar atenção de instituições financeiras. A BTCS, empresa do setor de tecnologia blockchain, anunciou a intenção de alocar US$ 57,8 milhões em Ethereum (ETH), optando por priorizar a segunda maior cripto em capitalização de mercado.
Os movimentos evidenciam a maturação do mercado, com empresas de blockchain atraindo capital relevante e aproximando cada vez mais os universos TradFi e cripto.
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