Desde que eu entrei no Grupo Foxbit, eu passei anos da minha vida explicando para as pessoas sobre o potencial do mercado de criptomoedas e que a tecnologia estava cada vez mais consolidada.
É claro que esse tipo de conversa fica muito mais simples em momentos de alta, como o atual, mas elas continuam aparecendo. Porém, de forma diferente.
De uns tempos para cá, a necessidade em justificar todas as vantagens que o Bitcoin, tokenização, Drex tem sobre o sistema financeiro foi bastante reduzida. E parte disso eu vejo que é porque a consolidação do mercado de criptomoedas no Brasil já aconteceu. Então, por que vamos manter diálogos antigos se, agora, podemos avançar em novas oportunidades?
Recorde de operações
Um dos grandes apoios que a gente passou a receber foi da própria Receita Federal (RFB). O órgão voltou a divulgar os dados sobre as operações dos investidores dentro das exchanges. Para quem não sabe, corretoras nacionais são obrigadas a enviar os balanços mensais das negociações à RFB.
E na última divulgação, de 13 de novembro, tivemos acesso a dados muito interessantes sobre o comportamento do brasileiro em relação ao mercado de criptomoedas.
Só em volume declarado de compra e venda de ativos digitais, setembro superou os R$ 115,7 bilhões. Este é um novo recorde mensal para o mercado brasileiro. Quando comparamos este número com os R$ 28,3 bilhões movimentados em outubro, o nono mês do ano teve um crescimento de 304% nas negociações.
No ano todo, o montante já ultrapassa os R$ 363 bilhões – 27% acima dos R$ 284,4 bilhões de 2023.
E os investidores?
Pois é! Os dados da RFB trazem uma queda no número de investidores diretos de criptomoedas. De 8,9 milhões em janeiro, contra 4,3 milhões em outubro.
Porém, é preciso levar em conta que os números consideram apenas as negociações que ocorreram em ambientes centralizados. Pessoas que utilizam plataformas descentralizadas não estão inclusas.
Mais do que isso, não é o Bitcoin a criptomoeda mais movimentada no Brasil. Mas, sim, o USDT. A stablecoin lastreada no dólar transacionou cerca de R$ 16,6 bilhões, ante R$ 3,1 bilhões do BTC.
E este número nos diz muita coisa!
Mesmo que em menor número no último mês, o investidor está participativo. Porém, o uso das criptomoedas como alternativa ao dinheiro está ganhando uma forte tração. Ou seja, parte dos brasileiros está mais preocupado em utilizar a tecnologia para facilitar e desburocratizar transações financeiras do que necessariamente pensando em um lucro de curto prazo.
E, para mim, aqui é o ponto-chave do que estamos vivendo no Brasil.
Verdadeira consolidação cripto
Quando me perguntam sobre a legitimidade ou consolidação das criptomoedas como ativo financeiro, eu descarto qualquer opinião. Eu deixo para Larry Fink e Michael Saylor falarem.
Eles são os maiores gestores do mundo. Se eles estão falando que o Bitcoin é um ativo real, seria loucura discordar desses gigantes!
Mas, isso não quer dizer que a discussão acaba aqui. Até porque, o uso das stablecoins no Brasil é uma consolidação muito maior do que qualquer US$ 100 mil que o BTC possa alcançar em sua história.
O diálogo não é mais se o Bitcoin é um ativo forte, mas onde estão as oportunidades de utilizarmos sua tecnologia em nosso dia a dia. Ou seja, a gente já entendeu que as criptomoedas já foram incorporadas pelo mercado financeiro tradicional. Agora é saber como aproveitar o máximo deste potencial.
Para mim, esta é a consolidação final que, se faltava, não falta mais para essa classe de ativos!
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