Desde 2024, é evidente o crescente número de empresas que estão, de alguma forma, aderindo às criptomoedas. Há companhias de olho na tokenização, outras em formatos mais modernos de pagamento e muitas buscando uma maneira de alimentar melhor seus caixas.
A MicroStrategy foi a empresa, de capital aberto, que decidiu dar o start na compra de Bitcoin. Essa onda incentivou outras instituições a seguirem o mesmo caminho. Alguns vão chamar de tendência. Mas, sinceramente, não consigo ver a acumulação de BTC saindo de moda no futuro.
Fato é que as empresas estão entendendo como esta classe de ativos funciona, E mais do que isso, capturou as nuances do mercado financeiro tradicional e do modelo econômico global atual. Resultado? Elas estão indo ao mercado de criptomoedas para se proteger.
Caixa aberto para Bitcoin
A circulação global de criptomoedas é algo muito expressivo. Só em termos de capitalização de mercado, estamos falando de US$ 2,92 trilhões passando pelas mãos de milhões de investidores.
Com isso, as exchanges de criptomoedas acabam sendo as principais responsáveis por pavimentar as vias que vão dar acesso a esses ativos às pessoas. Mas nem só de liquidez se vive este mercado. Afinal, contar com o suporte do ativo que você mesmo negocia é bastante importante.
É por isso que, hoje, as empresas são o segundo maior grupo detentor de Bitcoin como tesouro. Elas só ficam atrás dos ETFs e fundos de criptomoedas, o que, naturalmente, acaba sinalizando um apetite institucional.
Ao todo, as empresas possuem mais de 771 mil BTCs em caixa – cerca de US$ 66 bilhões na cotação atual. A MicroStrategy é a principal delas, com impressionantes 534.741 unidades da criptomoeda em mãos.
Mas apesar desse domínio evidente, a história não se resume às ações de Michael Saylor!
Conectando novos players
Em termos de adoção de Bitcoin como ativo para o caixa corporativo, a MicroStrategy domina com folga. E não é à toa. A empresa foi uma das pioneiras neste comportamento, que começou lá em 2020 e nunca mais parou – faça bear ou faça bull.
Mas a esteira não para. A Tesla, apesar dos comentários passados, ainda sustenta sua posição como uma das grandes baleias deste mercado, superando os 11,5 mil BTCs sob custódia. Mais recentemente, vimos isso acontecer perto da gente. A empresa brasileira Meliuz, por exemplo, criou um mecanismo de compra de Bitcoin para fortalecer o caixa da empresa.
Então, o que parecia algo “louco” ou “irresponsável”, se tornou uma autodefesa, diante do cenário econômico global. De tarifas exorbitantes e riscos de estagflação – ou pelo menos uma inflação generalizada –, contar com ativos tradicionais está deixando de ser a principal resposta.
E, claro, que veríamos mais um player adotar a mesma medida protetiva.
A Twenty One Capital (21 Capital), financiada por Tether, BitFinex, SoftBank e Cantor Fitzgerald, é a mais nova “bitcoiner” do pedaço. E sua proposta é a mais “simples” possível: seguir os passos da MicroStrategy na compra recorrente de Bitcoin.
Com isso, a expectativa é que a empresa consiga acumular BTC para seus acionistas, como explicou o CEO Jack Mallers: “Por exemplo, se o nosso Bitcoin por ação for 0,05, nossa intenção é aumentar isso para 0,06 Bitcoin por ação, 0,07 Bitcoin por ação”.
E quer saber de uma curiosidade? Eles pretendem listar as ações na Nasdaq, com o ticker XXI (21 em números romanos). Junte isso ao nome da empresa, e perceba que a 21 Capital faz alusão total aos 21 milhões de Bitcoins que vão existir ao longo da história.
Pode ser um detalhe pequeno, mas isso mostra como a confiança diante do código de escassez da criptomoeda é alta!
De olho na oportunidade
Não gosto de dizer que a história está só começando. Afinal, ela já acontece há bons anos. Dizer que estamos no fim dela também seria uma inverdade, já que a busca por suporte no Bitcoin está em seu maior ponto de tração.
O que olhamos, então, é uma oportunidade para mudar o status quo. Fazer com que a economia e as finanças (públicas e privadas) sejam cada vez mais robustas, seguras, transparentes e, principalmente, resilientes.
Ninguém precisa dar um salto Michael Saylor. Porém, ignorar o avanço de uma tecnologia como esta e negar sua necessidade é se manter preso a um modelo de negócios arcaico e que, por muitas vezes ao longo da história, já mostrou ser ineficiente para a maioria da população e das empresas.
As soluções estão disponíveis, e a decisão de agarrar este trem ou seguir parado na estação, vai de cada um.
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