A Ripple Labs lançou um artigo intitulado ‘The Future of CBDCs’. O whitepaper fala sobre as moedas digitais do banco central (CBDCs) e explica por que os bancos ao redor do mundo devem emiti-las.
O documento da Ripple começa descrevendo os benefícios da tecnologia blockchain em permitir pagamentos globais instantâneos e contínuos. À luz disso, é natural que os bancos centrais precisem adotar uma moeda digital.
No entanto, essas CBDC provavelmente assumirão diferentes formas com base nas necessidades específicas de cada autoridade emissora. Como consequência, a interoperabilidade será crítica.
Ou seja, será necessário que os sistemas criados por bancos diferentes países consigam se comunicar entre si. Isso exigirá o uso de protocolos de pagamento abertos e ativos que funcionem como pontes neutras.
XRP como um ativo de ponte neutra
Deixando de lado as preocupações domésticas dos bancos centrais, as CBDCs continuam sendo necessárias para as transações globais. “Sem uma funcionalidade transfronteiriça perfeita, a maioria dos projetos CBDC não atingirá seu potencial de forma significativa”, explica o whitepaper.
Assim como no começo a Internet entrou em consenso com protocolos comuns, as CBDCs deveriam fazer o mesmo. Esta interoperabilidade apresenta desafios que já existem para as transações entre os países.
Contas em moeda pré-financiada também serão necessárias, especialmente se houver expectativa de câmbio em tempo real. No entanto, é provável que os bancos centrais ainda queiram evitar os custos e riscos que vêm com a questão da liquidez. Conforme destaca o documento:
“Um ativo-ponte neutro pode dar suporte a mercados de liquidez alternativos e saudáveis que permitirão um movimento de valor sem atrito e com boa relação custo-benefício entre vários CBDCs em tempo real”.
Uma vez que as empresas já usaram XRP para possibilitar e mediar negociações estrangeiras, o whitepaper diz que é natural desempenhar esse papel para CBDCs.
No início deste mês, a Ripple anunciou que está testando uma versão privada de seu XRP Ledger para facilitar a emissão de CBDCs.
Além disso, sua criptomoeda XRP já quase triplicou de preço desde que desabou no final do ano passado, quando a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) abriu o processo contra a empresa.
Juiz lança uma “bomba” no caso Ripple vs SEC
Em dezembro, a SEC abriu um processo contra Ripple e os executivos Chris Larsen e Brad Garlinghouse, alegando que XRP é um valor imobiliário e que como tal, sua venda sem autorização foi ilegal.
Na sessão mais recente do tribunal, a juíza responsável pelo caso lançou uma “bomba“.
“Meu entendimento sobre XRP é que ele não apenas tem um valor monetário, mas também uma utilidade, e essa utilidade o distingue do Bitcoin e do Ether”, disse ela. Como moedas e valores mobiliários são distintos, o argumento da SEC pode não ser mais considerado válido pelo tribunal.
Além disso, quando a juíza perguntou se alguém que vendeu XRP estava vendendo títulos de forma ilegal, o advogado da SEC disse que não. “Na Seção 4, apenas Ripple e afiliadas da Ripple podem ter vendido XRP ilegalmente”, explicou ele. Isso poderia abrir um precedente que permitiria às exchanges começar a listar XRP novamente.
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