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Real é novamente a pior moeda do mundo, dessa vez por 2 dias seguidos

2 mins
Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Real tem pior desempenho do mundo frente ao dólar
  • Moeda brasileira está em último pelo segundo dia seguido
  • Temor por situação fiscal e avanço do dólar no mundo estão entre os motivos
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O real sofre forte desvalorização nesta quinta-feira (20) seguindo pressões externas e internas. No segundo dia de perdas, o desempenho da moeda brasileira é, novamente, o pior de todos dentro de uma cesta de 30 ativos nacionais no par com o dólar.
O dólar abriu a R$ 5,63 após fechar em alta de R$ 5,55 na quarta-feira (19). Por volta das 16h, já chega a registrar R$ 5,67. Já o euro, que fechou em R$ 6,58 ontem, já é cotado acima dos R$ 6,68. Para tentar conter a subida, o Banco Central vendeu o lote completo de 10 mil contratos de swap cambial. No total, foram US$ 500 milhões ofertados. No entanto, a ação não foi suficiente para segurar a desvalorização do real. Como consequência, o Bitcoin também voltou a avançar no Brasil apesar de não subir em dólares. A criptomoeda ainda está abaixo do patamar de US$ 11.900 após recuar de US$ 12.000. No entanto, mais uma vez rompeu o nível de R$ 67.000 no mercado nacional, segundo o Cointrader Monitor. Por enquanto, tudo indica que qualquer avanço do BTC no mundo pode levar o ativo ao maior preço da história em reais. Participe da nossa Comunidade de Trading no Telegram para acessar sinais exclusivos de negociação, conteúdo educacional, discussões e análises de projetos!

O que faz o real ser a pior moeda do mundo hoje

Uma combinação de fatores internos e externos contribuem com o baixo desempenho do real. Um deles é uma leve recuperação do dólar. O índice DXY, que compara a moeda com as mais importantes do mundo, chegou a subir momentaneamente, mas voltou a estabilizar. Nos EUA, o FED também citou especificamente o real e o Brasil na ata divulgada ontem. O Banco Central americano usou a moeda brasileira como uma espécie de âncora para afirmar que o dólar não está tão mal. Entre os motivos, o FED mencionou os cortes na Selic, os casos crescentes de coronavírus e a turbulência política no país. Internamente, foi justamente o cenário político que ajudou a puxar o real para baixo. Na quarta-feira, o mercado mostrava preocupação com a possível derrubada do veto presidencial ao reajuste dos servidores. Nesta quinta-feira (20), o Senado confirmou a medida. Como resultado, investidores temem degeneração mais acelerada das contas públicas. Além disso, aumentariam as chances de rompimento do Teto de Gastos. Em levantamento da XP, o mercado considera que a quebra da regra levaria o dólar a R$ 6,50. Ao mesmo tempo, o cenário volta a acender o alerta de uma possível saída de Paulo Guedes do governo. O Ministro chegou a dizer que a derrubada do veto seria um “’crime contra o país”.

Receio com contas públicas faz juros subirem

O receio em torno das contas públicas já impacta na capacidade de financiamento do governo no mercado. Os juros pagos em títulos de longo prazo subiram 20 pontos-base. O prêmio busca atrair investidores para ajudar a rolar a dívida. Nas redes sociais, críticos da política cambial voltam a atacar o problema. Fernando Ulrich, histórico crítico da Selic baixa, diz que a taxa básica de juros está descolada da realidade e também impacta no real fraco.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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