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Eth.Rio: Moss vai expandir compensação de carbono para biomas brasileiros

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

O BeInCrypto conversou durante a Ethereum Rio com o CEO da Moss, climatech brasileira líder em soluções ambientais em Blockchain, Luis Adaime.

Ele fala sobre os projetos futuros da Moss, que já destinou mais de R$ 100 milhões para projetos de conservação na floresta Amazônia através do MCO2 – o primeiro criptoativo brasileiro listado nas maiores exchanges do mundo, como Coinbase e Gemini, além da brasileira Mercado Bitcoin.

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A empresa oferece soluções inteligentes para facilitar a jornada de compensação de carbono e a Amazônia como pulmão do mundo foi o primeiro passo de um grande projeto global da empresa.

Após o sucesso estrondoso dos tokens não fungíveis (NFTs) verdes, Adaime explica:

“A Amazônia é o primeiro passo de um grande projeto global. A gente começou com a floresta não só pelo risco,  impacto do desmatamento que aumentado bastante nos últimos dois ou três anos, mas também por ser a floresta mais famosa do mundo, então é mais fácil no primeiro momento de angariar apoio e reconhecimento do mundo sobre a floresta”.

E acrescenta: “o crédito de carbono ou esforços de conservação não precisam, logicamente, ficar restritos à Amazônia. A gente já tem planos para expansão para todos os biomas brasileiros, não é Cerrado, mata Atlântica, zona da Mata, etc. E eventualmente, para o resto do mundo”.

Os compradores do NFT da Amazônia passam a ser titulares de direitos sobre um hectare de terra da região amazônica e cada NFT corresponde a um hectare de floresta (área do tamanho de um campo de futebol). A Moss atuará como guardiã e será responsável pela conservação destas áreas.

A empresa está estruturando um fundo de proteção de 30 anos, ao qual destinará parte dos recursos provenientes da venda dos NFTs para cobrir custos de patrulhamento, imagens de satélite e qualquer outra demanda necessária para a segurança das áreas. Além disso, outro valor será destinado para recompor eventuais perdas de floresta. 

Todos os clientes recebem um certificado digital criptografado que atesta a autenticidade das  áreas florestais, tornando-as passíveis de conservação eficaz, por meio da garantia de que a floresta permanecerá intocada.

Adaime conta que está construindo o green wall:

“A gente está, inclusive, construindo o conceito que a gente chama de muralha verde ou green hall, no qual a gente é compra, tokeniza e vende NFTs de área na Amazônia para a conservação e esse é um modelo completamente Internacional e que você consegue implementar em qualquer lugar do mundo”.

“Não somos a única, fomos um dos primeiros. Acho que o primeiro com grande relevância. A gente tem alguns marcos de primeiro no mundo:  fomos a primeira empresa da América Latina a estar fora da América Latina, estamos na Gemini”.

Fomos a primeira empresa também da América Latina listada na Coinbase que é maior empresa de criptoativos do mundo e a primeira empresa de compensação de carbono a listar tokens nas principais exchanges do mundo. Dito isso, tem outras empresas que estão fazendo tokenização de ativos, mas acho que não com a mesma escala que nós tivemos.  

Hoje, somos o projeto de carbono tanto de token de carbono como de contrato de carbono, mesmo que seja off chain mais líquido e mais difundido do mundo”.

Com processos rigorosos de auditoria, a empresa avaliou a documentação das terras para garantir que as áreas estão livres e desimpedidas de ônus – e assim possam ser representadas fidedignamente pelos tokens. Nos contratos inteligentes de cada NFT, baseado na blockchain do Ethereum (ETH), também estão as informações e dados sobre o título da propriedade. Além disso, todos os detalhes das áreas podem ser consultados no site da Moss. 

“Qualquer um pode chegar e comprar. A gente teve a maior listagem da história do mercado Bitcoin. A gente não sabe o número ao certo, mas a gente estima que sejam dezenas de milhares de pessoas físicas pelo mundo compraram o MCO2.”

Brasil, celeiro do mundo 

O CEO da Moss fala sobre o agronegócio brasileiro já que atualmente existe a questão da Integração Lavoura-Pecuária e as áreas de desmatamento para o uso agrícola.

“Brasil é a Arábia Saudita do carbono. O nosso país tem metade da reserva de carbono do mundo porque a gente tem metade das florestas tropicais do globo. E como a gente é uma potência agrícola, muito do carbono que é fixado no solo brasileiro é feito via agropecuária, especialmente com a pecuária regenerativa, que o boi fica mais restrito em uma menor área de pastagem, mais intensivo, aí ele pisa no próprio estrume, acaba fertilizando naturalmente a área, o que fixa muito mais carbono. “

“A gente está desenvolvendo junto com uma empresa americana de tecnologia de ponta de imagens satélite e monitoramento agrícola a criação de protocolos para que produtores do sistema agroflorestal e de agropecuária sustentável possam aumentar a rentabilidade das suas culturas, das suas plantações, através da geração de crédito de carbono.

Rodadas de investimentos

A Moss já recebeu mais de R$ 100 milhões em aportes de investidores e, segundo Adaime, vem mais por aí:

“A gente acabou de começar uma rodada, a Série B de US$ 30 milhões de dólares, e vai ser a maior rodada de empresa do setor de carbono ambiental à e com isso a gente espera o usar o capital para expandir a nossos investimentos em geração de áreas de conservação.”

“Estamos entusiasmados em acelerar nosso rápido crescimento com investidores de alta qualidade e honrados por poder contar com suas redes para uma inovação ainda maior no mercado de climatech. Estamos desenvolvendo muitos produtos e serviços significativos da Web 3.0, como a emissão e distribuição de NFTs terrestres da Amazônia e certificação digital de trabalho ambiental, para destravar valor para o planeta e para nossa luta contra as mudanças climáticas. Por meio do nosso time de experts de blockchain, queremos fazer a contabilidade ambiental e a geração de ativos mais barata, rápida e conveniente“, finaliza.

Parcerias de sucesso

“Estamos impressionados com a capacidade da Moss de digitalizar a cadeia de valor do carbono e reduzir muito o atrito entre a geração de ativos ambientais e a demanda reprimida das empresas e do consumidor por soluções climáticas práticas e impactantes”, afirma Alex Bondar, da Acre Venture Partners.

Segundo Fabricio Tota, diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, maior exchange de criptomoedas da América Latina, “os tokens MCO2 atraíram um novo público, interessado em contribuir para a preservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas”.

“Vemos as mudanças climáticas como a ameaça existencial mais premente para a economia agrícola da América Latina. Não vimos nenhuma organização no planeta com o potencial da Moss para criar os incentivos econômicos necessários para acelerar a transição para uma agricultura descarbonizada e conservar as florestas e os habitats da vida selvagem da região”, afirmou o fundador e CEO da SP Ventures, Francisco Jardim.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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