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Dólar não deverá cair nunca mais para menos de R$ 4, diz banco europeu

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Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Executivo do banco ING diz que dólar entre R$ 4 e R$ 5 é “novo normal”
  • Corte da Selic seria principal razão do novo patamar
  • Real, no entanto, não seria tão desvalorizado como muitos pensam
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O banco holandês ING divulgou, na última terça-feira (16), uma avaliação sobre o desempenho atual do real. A instituição projeta que a moeda brasileira nunca será forte como antes, deixando o dólar em um “novo normal”.
Para Gustavo Rangel, economista chefe do ING para a América Latina, a depreciação do Real coloca a moeda em um novo patamar. Mantida a taxa de juros em nível baixo, assim como regras fiscais como o teto de gastos, ele defende que o dólar deve ficar entre R$ 4 e R$ 5.
Concordamos que, nos níveis atuais de mais de 5,0 [reais por dólar], o USD/BRL provavelmente está muito alto. Mas o valor justo do par provavelmente também não está abaixo de 4,0 [reais por dólar].
A moeda brasileira, vale lembrar, tem a pior performance entre as principais do mundo em 2020. No entanto, Rangel argumenta que o “BRL provavelmente não é tão subvalorizado quanto alguns pensam”. Por conta disso, ele defende até que o método de análise de desempenho tenha uma nova perspectiva.
Exercícios de modelagem cambial que tendem a comparar os níveis atuais de BRL com os níveis históricos provavelmente superestimariam o grau em que a moeda está subvalorizada.
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‘Vantagem do real ficou para trás’

A análise do executivo do ING aponta que a queda da Selic é o principal fator de desvalorização do real. Com os juros baixos, investimentos de renda fixa se tornaram menos atrativos e ocasionaram uma fuga brutal de capital estrangeiro desde 2019. O cenário leva a um reajuste considerado esperado para a moeda brasileira. Sem os altos juros, o investidor passa a ser atraído ao país por outros fatores. Como resultado, Rangel aponta que “a vantagem de rendimento que o BRL ofereceu no passado também ficou para trás”. A Selic de 3,00% é vista com bons olhos pois coloca o Brasil em linha com taxas de juros praticadas por pares emergentes. No entanto, o executivo, assim como outros economistas, vê com preocupação uma redução para além desse valor.

Selic muito baixa pode alavancar dólar

Na análise do banco ING, o ideal seria que o Banco Central eliminasse chances de cortes para além desse nível. No entanto, concorda com outros operadores do mercado de que o Copom deve reduzir a Selic para 2,25% nesta quarta-feira (17). Rangel alerta para o perigo de um corte superior a 75 pontos. A XP, por exemplo, defende taxa básica a 2%. Já o banco JP Morgan chegou a prever Selic de 1,75%. Para o economista, uma queda drástica poderia provocar corrida maior por dólar. Consequentemente, o real seria ainda mais depreciado.
A preocupação é que uma taxa de juros de 2% (ou menos) desestabilize os mercados de câmbio, pois poderia criar, sob certas condições de mercado, oportunidades de arbitragem que aumentariam drasticamente a demanda por dólares.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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