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Deepfakes de IA: os novos inimigos da democracia

4 mins
Por Jay Speakman
Traduzido Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Deepfakes ameaçam a democracia ao manipular a opinião pública e minar a confiança no conteúdo digital.
  • Gigantes da tecnologia, governos e o público devem utilizar soluções inovadoras como blockchain e Zero Trust.
  • Educação, alfabetização midiática e legislação são cruciais para combater os deepfakes e proteger a democracia.
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Uma pergunta assustadora surge: a inteligência artificial (IA) e os deepfakes podem destruir a democracia?

Com as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos no horizonte, essa consulta assume uma urgência recém-descoberta. Os especialistas estão cada vez mais preocupados com as possíveis ramificações do deepfake no processo democrático.

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À medida que a corrida pela Casa Branca esquenta, os papéis dos gigantes da tecnologia, soluções inovadoras e cidadãos vigilantes são mais críticos do que nunca.

O ataque à democracia: deepfakes no comando

Nos últimos anos, a democracia tem enfrentado desafios crescentes. Deepfakes gerados por IA, um novo fenômeno perturbador, complicam ainda mais a paisagem.

Essas falsificações, elaboradas com técnicas de aprendizado de máquina, obscurecem a linha entre fato e ficção, corroendo a confiança do público em imagens e vídeos gravados. Com algoritmos cada vez mais sofisticados, torna-se quase impossível distinguir conteúdo genuíno de fabricações maliciosas.

Como resultado, os deepfakes podem facilmente manipular a opinião pública e influenciar as eleições, minando os próprios fundamentos da democracia.

Por exemplo, durante as eleições de 2020 nos Estados Unidos, um vídeo deepfake circulou retratando falsamente um candidato fazendo declarações polêmicas. Embora o vídeo tenha sido finalmente desmascarado, o estrago já estava feito – sua disseminação viral semeou discórdia e confusão entre os eleitores.

Papel dos gigantes da tecnologia: uma chamada à ação

A responsabilidade de resolver esse problema recai não apenas sobre os formuladores de políticas, mas também sobre os gigantes da tecnologia. Medidas ousadas e proativas devem ser tomadas, incluindo controles de qualidade mais fortes e um repensar da rede de segurança em torno do conteúdo online.

As empresas de tecnologia devem investir em algoritmos de detecção avançados e trabalhar em estreita colaboração com verificadores de fatos independentes para identificar e remover deepfakes enganosos em tempo hábil.

Em resposta à crescente ameaça, empresas como Meta e Google lançaram iniciativas para combater os deepfakes. O Deepfake Detection Challenge da Meta e o Deepfake Detection Dataset do Google visam promover a colaboração entre pesquisadores e desenvolvedores na criação de ferramentas para detectar conteúdo manipulado.

Combatendo deepfakes

A chave para proteger nossas eleições está em soluções inovadoras. Uma abordagem é adotar o blockchain, que oferece transparência e segurança. Outra estratégia envolve adotar um modelo Zero Trust, colocando conteúdo na lista branca em vez de depender da lista negra.

O blockchain, conhecido por sua natureza descentralizada e inviolável, pode desempenhar um papel fundamental na prevenção de ameaças deepfake. Ao criar um livro razão digital transparente e seguro, o blockchain pode verificar a autenticidade de imagens e vídeos, promovendo a confiança no conteúdo online.

Por exemplo, uma startup chamada Provenance pretende usar blockchain para criar uma “cadeia de custódia” para mídia digital. Esse processo permite que os usuários rastreiem o conteúdo de volta à sua fonte original, circulando apenas material verificado e autêntico.

Essa tecnologia pode ajudar a impedir que deepfakes se espalhem sem controle e restaurar a confiança do público no conteúdo digital.

Confiança zero: um novo paradigma para segurança de conteúdo

A abordagem Zero Trust, uma mudança de paradigma na segurança de conteúdo digital, concentra-se no princípio de “nunca confie, sempre verifique”. Esse método promove a inclusão de conteúdo na lista branca em vez da lista negra, garantindo a disseminação apenas de conteúdo autêntico e verificado.

Ao promover uma abordagem mais cautelosa ao consumo de conteúdo, o modelo Zero Trust pode ajudar a mitigar os riscos apresentados pelos deepfakes.

Na prática, isso pode significar a implementação de processos rígidos de verificação de conteúdo, com várias camadas de autenticação necessárias antes que o conteúdo seja compartilhado em redes sociais. Ao adotar essa abordagem rigorosa, a disseminação de deepfakes pode ser reduzida e os usuários podem ter certeza de que o conteúdo que consomem é genuíno.

O futuro da democracia: um apelo à vigilância

O impacto potencial dos deepfakes gerados por IA na democracia, à medida que as eleições presidenciais de 2024 nos EUA se aproximam, não pode ser ignorado. Cabe aos formuladores de políticas, aos gigantes da tecnologia e à sociedade em geral permanecer vigilantes e investir em soluções que protejam a integridade de nosso processo eleitoral.

Só assim poderemos proteger a democracia da ameaça insidiosa dos deepfakes.

Os governos também devem agir, promulgando legislação para combater a disseminação de deepfakes. Por exemplo, os Estados Unidos aprovaram o Deepfake Report Act em 2019, que orienta o Homeland Security a avaliar os perigos potenciais representados pelos deepfakes e explorar maneiras de combatê-los.

Países como o Reino Unido e a Austrália propuseram legislação semelhante.

No entanto, encontrar o equilíbrio certo entre a liberdade de expressão e a prevenção do uso malicioso de deepfakes continua sendo um desafio. Os formuladores de políticas, portanto, devem garantir que qualquer ação legislativa não reprima a criatividade ou impeça o uso legítimo da tecnologia de IA.

Educação e conscientização: o papel do público

Na luta contra deepfakes, o público tem um papel essencial. Essa educação deve envolver o ensino de habilidades de pensamento crítico, promoção da alfabetização midiática e incentivo ao ceticismo ao consumir conteúdo digital.

As redes sociais podem contribuir exibindo de forma proeminente rótulos de verificação de fatos em conteúdo potencialmente manipulado. E fornecer aos usuários acesso fácil a informações confiáveis.

Além disso, campanhas de conscientização pública lideradas por governos, ONGs e instituições educacionais podem ajudar as pessoas a entender os riscos associados aos deepfakes. E a importância de verificar o conteúdo antes de compartilhá-lo.

Frente unida pela democracia

A ameaça dos deepfakes gerados por IA à democracia é real e crescente. Ou seja, à medida que as eleições presidenciais de 2024 nos EUA se aproximam, a necessidade de medidas proativas para combater essa ameaça é mais premente do que nunca.

Gigantes da tecnologia, governos e o público devem colaborar, usando soluções inovadoras como blockchain e Zero Trust, para proteger a democracia.

Ao adotar uma frente unida, podemos enfrentar o desafio do deepfake, garantindo que nossas eleições permaneçam justas, transparentes e livres de manipulação. Portanto, ao fazer isso, defenderemos a santidade da democracia e preservaremos a confiança que é essencial para sua sobrevivência.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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