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Baleias ou traders em pânico? Especialistas divergem sobre última queda do Bitcoin

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Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • O que motivou a queda repentina do Bitcoin após o ativo superar os US$ 60.000?
  • De um lado, baleias teriam despejado moedas no mercado; mas especialistas divergem.
  • Casas de análise travam guerra sobre suposto dump que abalou os mercados na semana.
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O que motivou a queda repentina do Bitcoin após passar de US$ 60.000? Casas de análise travam guerra sobre dump que abalou o mercado.

Não foi como há duas semanas, mas assustou. Na última segunda-feira (15), diversos traders acordaram com suas posições liquidadas após o Bitcoin recuar mais de 10% em poucas horas. De US$ 60.000 na madrugada, a criptomoeda chegou a menos de US$ 54.000 e ainda não se recuperou totalmente.

O movimento foi suficiente para varrer cerca de US$ 500 milhões dos bolsos de traders que operavam comprados, tipo de estratégia que busca multiplicar lucros com a alta de um ativo por meio de alavancagem.

Ainda assim, a casa de análise Glassnode apontava um número sem precedentes de novos usuários na rede. Segundo a empresa, os dados mostravam números saudáveis de um mercado de alta. Mas, por que um novo recuo logo após o rompimento dos US$ 60.000?

A guerra dos analistas quantitativos

A discussão sobre os motivos por trás da queda surgiram após a Glassnode rebater uma informação da CryptoQuant, outra casa de análise. A discussão começou quando a CryptoQuant divulgou um sinal de possível despejo de 18.000 BTC por baleias, o equivalente a mais de US$ 1 bilhão naquele momento.

Este depósito de 18.000 BTC foi uma transação legítima entre uma carteira de usuário e uma carteira quente da Gemini. A média de entrada em exchanges disparou depois deste depósito. Não use muita alavancagem se você estiver em uma posição comprada.

Em seguida, a Glassnode foi interpelada por não avisar seus usuários do movimento. Isso porque, entre os traders de Bitcoin, a informação seria importante para saber se seria momento de desfazer uma posição e vender BTC antes de uma possível queda.

Para a Glassnode, no entanto, a transação de 18.000 BTC não teria sido externa, mas proveniente de um endereço da própria Gemini.

Temos recebido mensagens perguntando sobre entradas de BTC na Gemini. Esclarecimento: Isso é incorreto, as transações relatadas eram internas. São fundos que já estavam na carteira da exchange e foram simplesmente transferidos internamente.

No entanto, a empresa depois se corrigiu e disse que o depósito teria sido de um usuário do serviço de custódia Gemini Custody. Mais tarde, outra casa de análise, Coinmetrics, confirmou que a origem teria sido a plataforma de empréstimos cripto Blockfi.

No entanto, a dúvida permaneceu no ar: afinal, a queda do Bitcoin se deveu ao despejo de Bitcoins por baleias? Para o famoso analista de criptomoedas Willy Woo, a resposta é: não.

Alerta de dump do Bitcoin causou o próprio dump?

bitcoin medo e ganância

Segundo Woo, apesar de o depósito ter vindo de fora da Gemini, a exchange dos irmãos Winklevoss sequer poderia oferecer liquidez suficiente para operar uma venda de de US$ 1 bilhão em Bitcoin.

Por outro lado, Ki Young Ju, da CryptoQuant, levantou a possibilidade de despejo por meio de outras exchanges – nesse caso, a Gemini teria sido utilizada apenas para corretagem dos bitcoins.

Ainda assim, Woo defende que a CryptoQuant deveria ter verificado melhor os dados antes de alertar seus mais de 28.000 traders registrados. Na visão do analista, o alerta, portanto, teria provocado o próprio dump para o qual alertou.

Esse é o detalhamento da cronologia de eventos conforme chegaram até mim. Resumo: no final das contas nós temos a responsabilidade de checar os fatos e tomar os devidos cuidados antes de liberar a informação. Os mercados afundaram imediatamente depois que a CryptoQuant emitiu o alerta de que baleias estavam depositando na Gemini. Na verdade, é a segunda vez este mês que esse tipo de coisa acontece.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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